Tuesday, November 25, 2008

De volta pra casa...

Voltei ao meu posto de trabalho. Já faz umas duas semanas. Pude então rever meu conceito em querer deixar a casa isolada onde trabalhamos para estar na vitrine do prédio sede. Depois de 11 anos não seria a exposição que abriria portas a uma possível promoção. O ônus da sensação de ser vigiado 8 horas por dia não compensa.

Estou um pouco alheio aos problemas da humanidade. Sei que Santa Catarina vive uma das maiores calamidades de sua história – se não a maior; que rompeu o duto que traz GNV para o RS e a normalização deve ocorrer só daqui a 21 dias; que a crise mundial ainda tem forças e tudo mais. Mas não tenho acompanhado mais nenhum detalhe de nada. Fico só nas manchetes.

Aprofundei-me um pouco mais no trabalho e vi que a roda pode girar um pouco melhor se eu mantiver este empenho, e já que ali estou, devo tratar de tornar o processo mais atrativo.

O ano vai se aproximando do final e as festividades vão tomando forma. Percebi, agora, que estou sendo alienado a um motivo para a virada do ano. Quando surge o assunto tento parecer o menos inoportuno às expectativas e acabo simplificando tudo a um: “pra mim tá bom”. Quero realmente comemorar o Ano Novo, como sempre fiz. Sempre fui contrário à idéia de querer logo que o ano acabe. Mas não é simplesmente isso. Não querer que o ano acabe e não viver a passagem como uma mudança realmente boa não tem muita diferença.

Viver como se as expectativas não existissem seria hibernar a vontade de viver.

Tuesday, November 04, 2008

Previsível

Fui transferido temporariamente. Faz quase um mês. E nesse pequeno período posso perceber consideráveis diferenças em habitar o prédio sede. Inegavelmente a empresa é ali; acontece ali. Não poderia ser diferente. Mas quando se passa alguns anos trabalhando num setor sediado numa casa de bairro não se tem a mesma percepção.

No prédio sede me sinto um personagem do Dilbert. Não saberia dizer qual. Mas vejo características de todos eles ali. Ontem a Zero colocou um que eu ri muito, pela coincidência.

O interlocutor apenas ouve as três sentenças:

“Você excedeu seu limite de armanezamento de emails.

Para aumentar seu limite você precisa de autorização do céu, do Presidente da República e de alguém ainda a ser especificado.

Estou em dúvida entre o Abominável Homem das Neves e uma Top Model formada em Engenharia.”

Logo na entrada do corredor principal do andar um senhor que considero atípico. Notavelmente ele tenta se fazer ver como alguém diferenciado. Não seria necessário. É um homem de uma ímpar riqueza cultural mergulhado num oceano nerd. Então ele o faz. Lê em voz alta um email spam: um banco teria lhe alertado sobre falsos emails e informado que “maiores informações” poderiam ser obtidas clicando “aqui”, e para não receber mais emails do tipo outro “clique aqui”. Ele diz isso em voz alta como se fosse a primeira pessoa a receber algo assim e estivesse alertando em primeira mão os incautos sobre a fraude. Lê, como se fosse um discurso, e em seguida abre um silêncio para os comentários.

A previsibilidade é uma merda!

Minhas fotos no