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Eu perco boa parte do tempo que passo na rua analisando esses tipos. Me divirto muito. Foi assim que conhecemos – eu e Alice - o Magua (personagem de O Último dos Moicanos), um varredor de rua que passa o dia em frente a um estacionamento da Mauá. O apelidei assim pelo seu pitoresco cabelo (ou a falta de boa parte dele). Todos os dias ali, empunhando uma vassoura e uma pá com cabinho. Nunca o vi descansando no estreito espaço para passeio da movimentada Mauá.
Começamos a especular sobre a sua vida, se tinha mulher, se ela gostava dele mesmo com aquele cabelo, se tinham momentos íntimos.. é só ingressar na Mauá que meu olho já começa a procurá-lo. Cheguei ao ponto de perguntar à Alice se ela o tinha visto nessas duas semanas que não fui ao centro! Disse-me que só o viu na segunda. Eu estava com saudades da imagem do Magua, como pode?
Então ontem entrei nesse assunto: será que ele sabe que é observado todos os dias? Será que imagina todas essas especulações que fazemos? E nós!? Quem nos observa? Todos devemos ter algum detalhe que vai se apresentar como pitoresco a alguém. E se for alguém que nos tenha no campo de visão seguidamente, sempre vai atentar para tal detalhe. Assim, somos tantos e tantos Maguas varredores por aí. Quem vai saber?
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