Entre os diversos males dos quais somos obrigados a conviver, o que mais me procupa é a drogadição. Mais que assalto – que vem em segundo – mais que o câncer e as doenças do coração. Mais que o Gremio ser campeão da Libertadores (o Roth no comando me garante isso).
Não tenho medo do efeito das drogas, tampouco curiosidade: em quase 32 anos nunca experimentei um baseado. O que me assusta é a atmosfera criminosa que circunda o “inofensível” consumo. Não creio que seja um entendedor do assunto, mas acompanho quase que diariamente, nos jornais, as apreensões de drogas e prisões de envolvidos. Vejo a epidemia do crack ligada a assaltos a pessoas e furtos em residências e a cocaína e a maconha ao roubo de carros e bancos.
Então ouço rumores otimistas, se assim puder dizer. A epidemia do crack seria mal vista pelos traficantes, os que efetivamente tem algum controle. Lembrei de quando fazia as primeiras excursões pro Farol de Santa Marta, com os amigos de um colega da eletrônica, lá por 96. Entre todos os ocupantes dos dois ônibus, apenas eu e a namorada de um cara não fumávamos. Os demais compensavam e bem. E por incrível que pareça, no meio de todo aquele buffet do mal, havia uma regra: não era permitido loló. Nunca entendi o porquê, mas chegavam a bater em quem se escondia no banheiro do ônibus pra enfiar a cara no saco plástico.
Talvez para o crack haja uma argumentação melhor. Existe uma parcela de consumidores que ainda tem poder de consumo com dinheiro, mas à medida em que a classe social diminui, a fatia aumenta, e a moeda passa a ser os bens: roupas, panelas, tênis, relógios, enfeites de casa, maçanetas, assoalhos, torneiras, janelas e tudo mais que surgir numa imaginação em plena fissura.
Quem sabe...
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