Tratamos essa viagem como uma aventura de superação de obstáculos. Praticamente todas são assim, com algumas coisas mais dominadas e outras completamente novas. Esta, em especial, foi bastante segmentada, um pouco pela experiência das outras viagens e pela questão do idioma, que sempre assustava... Assim, dividimos tudo, cada dia, entre passagem, trajeto, hospedagem, etc. E dessa vez compramos praticamente tudo pela internet, inclusive o passe do ferryboat. Mesmo assim, teríamos que retirá-lo na agência em Atenas, mimicamente falando.
Vencidos alguns passos até a ilha e instalados no hotel, o próximo passo era o aluguel do... vejamos... motoneta. Esse foi o nome que demos. Mas tínhamos que passar essa mensagem a algum grego, e isso não foi muito fácil. Poderíamos ter alugado daqui, pela internet, mas imaginamos que na hora conseguiríamos um preço melhor do que os 25 euros por dia. A primeira a nos oferecer foi a Arguiro, no próprio hotel. A locadora levaria o que ela chamou de “moto” até o hotel e o levaria dali mesmo. Essa comodidade tinha seu preço: 20 euros a diária. Mais, era uma moto mesmo, two wheels, duas rodas. O motociclo com 4 rodas já era mais caro. Ela já queria que fechássemos ali, na hora, mas dissemos que pretendíamos pagar menos e tentaríamos em Thira, Capital da ilha no dia seguinte. Ela fez uma cara de quem não gostou muito e dispensou o cara da locadora ao telefone.
A ilha é dividida em pequenos povoados, que seriam como bairros, mas na verdade são cidades independentes. Existe ônibus que ligam todas essas vilas, mas tem a questão do horário e dos intervalos de pelo menos meia-hora. Então um meio de deslocamento próprio é fundamental. E esses motociclos fazem muito sucesso. São mais baratos que um carro, não há muito risco de cair, pois tem quatro rodas e se pode ter a sensação do ar batendo no rosto.
No dia seguinte pegamos um ônibus até Thira e fomos procurar o motociclo. Esse modelo com quatro rodas é chamado de ATV. Lembrei de ter visto na internet aqui. Passamos por algumas locadoras até que vimos uma que parecia especializada em ATV. Só tinha esse tipo. Nos entendemos em inglês precário e entendi que custaria 10 euros a diária. Não acreditei, pensei até em golpe. Mas tudo fazia parte da aventura, ainda mais quando ele chamou um velho de uns setenta e muitos para me ensinar a lidar com o troço. Coloquei o capacete, aprendi a dar a partida, frear, acelerar e abastecer. A pior part foi entender o Sans plumbum, que o velho repetia e eu não entendia. A Alice subiu na minha garupa e saímos dali numa adrenalina que eu não experimentava havia algum tempo.
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