Monday, February 20, 2006

Raulling Stones...

Saí de casa, na sexta, com o espírito programado pra muita aventura. Aventura às ganha! Pra variar, não tinha arrumado nada das minhas roupas. Deixei-as pra lavar na quinta à noite enquanto me arrumava pro super Pré Carnaval da galera, que foi muito, muito, muito bom! Todas marchinhas de carnaval e mais superfantástico e uni-duni-tê.

Na sexta de manhã soquei as roupas todas na mochila e fui comprar uma bolsa decente no Bourbon. Dali peguei um táxi e fui pro aeroporto.

Coisa bem boa essa de viajar de avião! O momento da decolagem é algo inexplicável. Aquela velocidade toda parece que não pára de aumentar, até que o bicho daquele tamanho ganha o ar.

Sem palavras o momento que passei por Bombinhas. Dava pra ver todas as praias bem direitinho.. Bombas, Bombinhas, Sepultura, Retiro dos Padres, Quatro Ilhas e a maravilhosa Praia da Tainha.

Cheguei no Rio e fui pro albergue tentando me achar com o mapinha que tinha ganho no aeroporto. Era um olho nas plaquinhas das ruas e outro no mapinha. Nem dava pra ver que eu tava perdido.. hehehhe. Dormi no ônibus e, quando acordei, imaginei estar na Atlântica. Dito e feito. Me levantei apavorado e puxei a cordinha. O motora parou e eu desci. A rua do albergue era paralela à Atlântica, duas quadras pra dentro. Mas óbvio que eu desci quase um quilômetro depois. Uma mala, uma mochila, 38 graus na moleira e 1km pela frente...

Finalmente cheguei no tal albergue. Stone of a Beach.. o nome era preza! Já tinha visto uns gringos pela rua, mas a recepção do troço eram só eles! Me dirigi ao balcão pra tentar ser atendido..

How spoipbr can tyudglkj help hkjdhk you?
QUÊ!!!!!???
Qual es kjgfku tu hkhd resiervahodb señor?
Moça, eu falo português!
Ah tá, desculpa!

Ela confirmou minha reserva e passei pro quarto. Cinco beliches, ou seja, dez camas. Só eu de brasileiro. Não cheguei a falar (ou tentar falar) com todos do quaro, mas tinham uma guria e um magrâo australianos e uma outra guria inglesa. Pra falar a verdade, acho que no albergue todo só tinha eu mesmo de brasileiro, nunca vi tanto gringo reunido.

Tomei um banho e fui dar uma conferida no local do show. Bah, só sair na rua do albergue, duas quadras da praia, e ver o palco ali na frente, muito perto mesmo. Ali na praia eu já comecei a observar os tipinhos que figurariam na minha aventura.. neguinho vendendo até a mãe! Um outro fez uma escultura na areia da boca dos Stones com o Mick Jagger sentado com uma guitarra no colo, muito fera.

Procurei uma choperia legal e fui comer alguma coisa. Meu propósito era de acordar às 6h da manhã e pegar um lugar o mais próximo possível da grade que separava da área vip. Já tinha gente acampada àquela hora! Fui no Manuel e Juaquim, uma choperia muito legal. Tomei uns (15 hehehe) chopp e voltei pro albergue. Achei uma cana vazia e capotei. Deixei o recepcionista avisado pra me acordar às 6h.

Conforme o combinado ele me acordou, mas me enrolei um pouco. Preparei a mochila, comprei 4 garrafinhas de água, pilhas pra máquina e fui pra praia. Cheguei por volta das 8:30h. O máximo que consegui chegar foi uns 5m da grade, mas bem na frente de onde chegaria o palco móvel. Acomodei os dois pés ao lado de uma barraca e atrás de uns guardassóis e ali fiquei.

Desafiando os limites da raça humana...

Ali eu já imaginava do que estava por vir.. e eu estava disposto a passar pelo sacrifício que fosse. Durante quase todo o tempo não pude mover os pés. Como eu tinha acordado sem fome, imaginei que não teria fome pelo resto do dia, não sei de onde eu tirei essa tese.. sei que às onze da manhã eu não agüentava mais o calor e a fome. Assim como levantei sem fome, na rua do albergue tabém não tinha sol, mas não era porque estava nublado, era pela sombra dos prédios. E então também não levei protetor solar. O sol eu tentava amenizar com a camiseta. Mas a fome não tinha como enganar.. a minha sorte foi que me enturmei com quatro magrões de Niterói, e eles levaram dois pacotes de pão de sanduíche, queijo e presunto. Quando começaram a comer me ofereceram e eu aceitei, claro.

O tempo parecia que não passava nunca. As pernas doíam, o sol ardia. Tínhamos que nos limitar a respirar. O corpo transpirava sem parar. Duas da tarde... Quanto mais o sol castigava, mais resistentes as pessoas ficavam. Ninguém desistia. No lugar que eu estava não conseguia ao menos sentar no chão. Nem trocar de posição. Horrível! Duas e meia.. Duas e quarenta.. Cada minuto valia por uma hora. E a área vip vaziazinha, a galera devia estar dormindo ainda.

Bom, não sei como agüentei, mas sei que agüentei. Às sete da noite,m quando a gaklera desarmou os guardassóis, me meti por baixo e me acomodei a uma fileira de pessoas da grade. A partir de então nem os braçoa eu podia mexer. O que estava pra baixo ficava pra baixo e o que estava pra cima, ficava pra cima. Começou um fortíssimo empurra-empurra. Todos querendo se aproiximar mais e mais da grade. Até então nada de xixi! E enm pelas horas seguintes. Eu usava a água apenas pra molhar a boca.

Na hora do show do Titãs o empurra-empurra fo mais violento. Algumas pessoas começaram a passar mal e tiveram que ser retiradas. Resisti bravamente.

Finalmente, a tão esperada hora. Os Stones entrariam no palco. Gritaria ensurdecedora. Se não me egano abriram com Jumping Jack Flash.. loucura! Aí foi um salve-se quem puder. Uns pulando, outros tentando manter-se em pé, outros passando mal.. loucura, loucura, loucura. Eu só tentava cuidar da minha mochia que estava com a máquina e me manter em pé, o que era muito difícil. Não tinha nem como abrir a mochila pra pegar a máquina, o nível de esmagamento era extremo.

Na hora que o palco começou a se mover ocorreu a catarse. Achei, sinceramente, que eu participaria da maior tragédia da história. Muita gente passou mal. Eu não trocava aquele momento por nada. Fiquei ali, a menos de dez metros daqueles monstros! Impagável, impagável. Não sei como, mas consegui tira a máquina da mochila e bati umas fotos, sem ver, só com o braço levantado.. nem seise vai sair alguma. Mas o mais importante estava ali, bem ali. Uma oportunidade que provavelmente jamais se repetirá.

Assim que o palco começou a voltar eu saí do tumulto, o que também foi tarefa arduíssima. Queria chegar na praia pra fazer xixi. Depois de uns 15 minutos cheguei. E quem disse que pude.. a praia lotada! Todo mundo dentro da água enlouquecido e pulando. Galera com prancha, com bóia.. Tive que voltar uns 800m até achar dois cara-dura mijando na frente da galera. Foi ali mesmo. Ninguém tava nem aí.. passou um negãozinho e fiz xixi em cima do pé dele. Achei que ele ia se invocar.. que nada, nem viu! Hahhahahaha

Acompanhei o show terminar lá de trás, pelo telão. Loucura! Muito bom mesmo! O Mick esbanja energia que não te deixa sentir cansado. Uma das melhores coisas que eu podia ter feito mpor mim nessa vida. É muito bom ter essa sensação de realização! Na verdade a ficha aind anão caiu!

E ainda tem o U2, amanhã.. aguardem!

2 comments:

Anonymous said...

Será que você já voltou para RS?
E como foi o show do U2?
Só você pra fazer essas loucuras, né? Eu imaginei você lá, passando por todo esse sufoco, só pra ver os Rolling... Imagina o que não fez pelo U2?
Bjitos!

Anonymous said...

Cadê a atualização?????
RaU2!!!

Minhas fotos no