Thursday, March 02, 2006

RaU2...

Sinceramente, eu achava que nada superaria o show dos Stones. Mesmo tendo passado a maior parte do tempo preocupado em conseguir manter o lugar onde estava e também a integridade física, o que não foi nada fácil.

No domingo eu estava perdido. Não sabia se ficava no Rio, se ia conhecer Cabo Frio ou ia pra São Paulo. Pela propaganda que me fizeram preferi conhecer Cabo Frio. Fiz muita festa e conheci uma das praias mais lindas e limpas que já vi.

Segunda-feira comecei a tomar rumo pra algo que eu imaginava ser grandioso, mas que ainda era muito incerto. Na rodoviária do Rio, na fila pra comprar a passagem, conheci dois novos amigos: a Cíntia e o Jéferson. Os dois tinham ido no show dos Stones e a Cíntia também ia no U2. Ficamos ali na rodoviária tomando um chopp enquanto aguardávamos os respectivos ônibus.

Já em São Paulo encontrei o Zé Gota na saída do show e pude perceber a sua empolgação. Mesmo assim não imaginava o que me esperava na noite seguinte. Ele fora no show da segunda e eu iria no de terça.

Acordei cedo, tomei um café e fui pro estádio. Aí aconteceu o primeiro contratempo. Eu ainda não tinha retirado o ingresso, e imaginava que pudesse fazer isso no Morumbi, local do show. Não podia, só no Pacaembu. O pior é que eu já estava na rua do Morumbi. Eram 10h da manhã. Tive que sair perguntando pra um monte de gente que ônibus eu pegava pra chegar no Pacaembu. Três horas e meia depois e quatro ônibus, consegui voltar ao Morumbi e encarar a quilométrica fila.

Não queria passar pelo mesmo sufoco do show dos Stones. Então, já que eu ficaria longe do palco nem ia me estressar. Nisso, fiquei sabendo que liberariam os 4 mil primeiros da fila pra Hot Area, um espaço reservado, grudado no palco. Antes de iniciarem as vendas especulava-se que os ingressos pra esse espaço seriam vendidos a mil reais.

Esqueci todo o sofrimento do show de sábado e novamente estava disposto a passar pelo que fosse pra entrar na tal Hot Area. Às 3h, quando abriram os portões meu pensamento não saía disso, de conseguir entrar ali. Avistei o gramado e saí correndo muito, tentando passar quem estava na frente, porque uns iam caminhando. Corri, corri, corri.. até que vi os seguranças pedindo pra gente se acalmar e fazendo sinal pra entrarmos na Hot Area. Assim que passei na catraca minhas pernas começaram a tremer. Muita gente gritava, uns choravam. Eu simplesmente não acreditava.

Corri pra frente do palco e me agarrei na grade. Olhava pro palco ali na minha frente, a menos de quatro metros. Loucura! O que eu teria feito pra merecer tamanho presente?

Olhei pra trás e vi que já tinham bloqueado as catracas, e a galera já começava a se acumular na grade que dividia a hot area. Tive muita sorte em ter conseguido entrar.

As horas passaram voando até começar o show. Como não estava atrolhado, pudemos esperar na boa, sentados, sem aquele tumulto todo.

O show...

Não há como eu descrever em algumas linhas a sensação de estar lá. Cada acorde, cada toque na bateria, cada palavra do Bono... tudo era de arrepiar. Um espetáculo sem igual, sem preço. Uma sensação de não haver lugar nenhum que se queira estar senão ali. Agradeço muito por esse momento, e sugiro que quem gosta de boa música um dia se disponha a assistir esse espetáculo. Maravilhoso!

Uma lembrança...

Antes de começar o show, conversei com os que estavam à minha volta, entre eles uma mãe com sua filha. Alice e Catherine, respectivamente. A Alice contou de todos os shows que já assistiu.. Paul McCartney, Rod Stewart, Stones, e por aí vai. Tinha consigo uma enorme bandeira do Brasil, que deixou pendurada na grade até o final do show. Sacudia a bandeira toda empolgada a cada música.

A todo momento a Alice reclamava por não venderem cerveja dentro do estádio. Combinei então de tomarmos uma gelada na saída. Assim que terminou saímos e compramos duas latas dos ambulantes ali de fora. A Catherine quis levar uma bandana do U2. Custava 1 real, e ela procurava se tinha trocado. Como eu tinha algumas moedas, saquei uma de 1 real e entreguei ao vendedor. Ao que Alice, sua mãe, interviu:

- Deixa eu retribuir com uma lembrança então. Toma esta bandeira! – e me ofereceu a enorme bandeira do Brasil.
- Que isso, Alice!? Não tenho como aceitar! Não posso aceitar mesmo!
- Por favor, você disse que vai a muitos shows. Leva consigo ela sempre. Vai ser uma lembrança desse shows e das suas amigas de São Paulo.
- Bah.. muito obrigado mesmo! Não sei como agradecer!
- Que isso, garoto, não precisa agradecer não!

Fui pra casa boquiaberto. Pelo show e pelo presente que ganhara. Coloquei a bandeira às costas e fui embora.

Mais uma vez agradeço por tamanha generosidade do Cara lá de cima.

Ainda tem o Carnaval...

1 comment:

Anonymous said...

Vontade de estar lá...
E fiquei feliz por você ter conseguido entrar na Hot Area...
Bjitos!

Minhas fotos no