Monday, November 13, 2006

Quando um casal apaixonado resolve passar um fim de semana na serra, não quer dizer que seu passado de trapalhadas seja abandonado...



...e quem sabe até volte a mostrar-se vivo

Os finais de semana na Capital costumam ser bastante agitados: um barzinho aqui, futebol, um aniversário ali, um almoço em família acolá.. sempre tem alguma coisa. Azar de quem espera passar a semana para poder namorar em paz.

Há quem diga que uma das virtudes do Homem, é observar aquilo que o cerca, e mudar o que precisa ser mudado. Ou pelo menos tentar. Pois bem, para contrapor todo esse agito, propus algo diferente:

- A gente tem alguma coisa marcada pro final de semana que vem?
- Acho que não. Por quê?
- Queria te convidar para viajar..

A cena era de filme: um café com chantily, mãos dadas, olhares entre si, num abandono total do mundo exterior, vozes em sussurro.

- Vamos.. Pra onde?
- Ainda não sei. Qualquer lugar.

O destino só foi definido na quinta à noite. Gramado. Uma cidadezinha muito bonita e aconchegante na serra. Ideal para o que se propunha. De quebra ainda seríamos contemplados com o início das apresentações do Natal Luz. Tudo transcorrendo muito bem.

A passagem

Na sexta escolhemos uma pousada com quesitos básicos de benefício e custo, sendo um deles a proximidade do centro e da rodoviária. A sexta acabou e eu acabei esquecendo de comprar as passagens pela internet. Ir até a rodoviária, no Centro, era muito inviável. Saí da aula e fui num cyber. Depois de meia hora tentando entender o processo de compra, vi que era preciso primeiro fazer o depósito do valor, e mais 30 minutos para ser creditado no cadastro.

Fiz o depósito e fui embora. Precisaria de alguém com acesso à internet para entrar com o meu login e efetivar a compra. Não foi nada fácil. Nem possível. Todos os contatos imagináveis não estavam em casa ou não atenderam o telefone. Seria pelo horário: 0:22h? Provável que sim. Acordaríamos mais cedo, então, para tentar alguém pela manhã. O ônibus sairia às 8:45h. E toda essa função porque a atendente da rodoviária disse que os lugares se esgotariam em breve. Um pouco antes das oito da manhã acordei o Pitoko, que fez a mão da passagem. Amigo é pra essas coisas.. pra ser acordado antes das 8 e ter que acessar a internet pros amigos viajarem. Vou comprar uma água dele depois, pra agradecer.

A camareira

Fizemos a ficha de cadastro e subimos pro quarto. Largamos as bagagens, conferimos as acomodações e deitamos pra relaxar um pouco. Um beijo entre carícias selava o início do final de semana.

Clunckkk.. - Ãhhh!!!!

Olhamos para a porta. Lá estava a camareira, estática, com o susto estampado no rosto. Desculpou-se e saiu. A primeira grande risada. A melhor, talvez. Só a do trevo pode ter sido melhor..

Houve várias outras depois, pelos mais variados motivos. A do trevo, por exemplo.. Beijávamo-nos num canteiro virtual no meio da via, entre a praça e a outra calçada. Virtual porque era apenas pintado, não era elevado nem tinha meio-fio. Mas os motoristas entendiam que ali não se podia passar, e não o faziam. Mesmo assim ela se aproximou, primeiramente parecendo que pediria alguma coisa, ou uma informação, mas não.

- Desculpa, eu sei que não é da minha conta, mas por que vocês não saem do meio da rua? Daqui a pouco vem um maluco e passa com o carro por cima, aí vão morrer os dois abraçados. Vão ali na praça junto com o Papai Noel!

Outra vez aos risos saímos. E dos vários motivos, vale aquele que, se não existisse, nenhum desses motivadores externos nos arrancaria tanta alegria: o sentir-se bem. Não importava o lugar, não importava o que acontecesse, estávamos felizes, e assim ficamos. E é assim, entre o inusitado e o esperado, que vivemos e rimos de nós mesmos, todos os dias.

3 comments:

Anonymous said...

ADOREI O POST, FELICIDADES PRA VCS, MUITAS...


BJOS

Anonymous said...

Hahahahahaahaha... parece que tô vendo a cena no Trevo! Só imagino, aquele beijinho básico de 30 minutos no mínimo... hahahahaha...

Virgínia Rhodenbusch said...

LIN-DO. Fico feliz tbm! Quando sai o casório?

Minhas fotos no