Pra começar, de secreto não tem muito. Se a brincadeira se dispusesse ao menos a fazer jus ao nome, talvez até fosse interessante. Assim como é feito não vejo graça nenhuma. Mas isso pode ser “ranzismo” meu.
No sorteio dos papeizinhos já começam as caras feias... “Puuuutz, esse mala, de novo!!”, “Bah, nem conheço essa pessoa!”, “Ah, eu quero trocar o meu! Quem tu tirou?” É um festival de inimizade secreta sem tamanho.
É normal que não se saiba a fundo os gostos da pessoa que se tira de amigo. Valeria o bom senso e o bom gosto: um presente que qualquer pessoa acharia muito bom. Mas confiar no bom senso alheio é muito arriscado; no bom gosto, nem pensar! Para isso criou-se uma lista de sugestões, em que, na falta dessa pré-disposição a procurar algo com “a cara da pessoa”, encontra-se, ali, alguma sugestão interessante.
Só que o que era pra ser sugestão tornou-se uma lista obrigatória sem direito a quaisquer alterações. Não se coloca apenas “uma blusa, uma calça, uma bola, chinelo,...”, mas sim “blusa verde 18 da Tok Iguatemi, tamanho P; calça capri Gang, número 36, rosa com detalhe em branco,...” Só falta colocar o preço e as condições de pagamento.
O valor é outra imposição. O que vem a ser bem vindo com a condição financeira da maioria, ainda mais nessa época do ano. Mesmo assim sempre tem os sem noção. Minha sobrinha foi minha amiga secreta pelo segundo ano consecutivo. Entre as sugestões dela havia “Celular Nokia com câmera”. Por sorte havia um perfume dentro da faixa de preço estipulada (R$30,00).
Outro problema do Amigo Secreto lá de casa é o amigo do pai. Meu pai não entra em loja nenhuma que não seja supermercado ou ferragem. No ano passado deu a quantia em dinheiro pra minha irmã. Divertido né? E este ano me deu duas camisas pólo. Muito bonitas, mas obviamente minha mãe que escolheu e comprou.
O ponto positivo é a parte da divulgação dos amigos e entrega dos presentes. Uma boa dose de ironia sadia extravasando algumas “qualidades” e muitas risadas. Lá em casa pelo menos é assim. Tudo é motivo de diversão. Minha mãe iniciou dizendo que o amigo dela era uma pessoa que não tinha sexo definido: era o meu pai!
Feliz Ano Novo!!!
Todo final de ano é a mesma coisa: Feliz Natal e próspero Ano Novo. Há quem não goste do Natal e há quem o trate como um dia comum. Eu gosto, e lá em casa sempre tem festa. Nosso Natal sempre é muito feliz! Por isso, muito obrigado a todos que – ainda que de forma automática – desejaram Feliz Natal!
Agora o Ano Novo é um pouco diferente. Tem também essa parte automática do Feliz Ano Novo, Próspero Ano Novo,... e o ano que termina fica com aquela imagem de “já vai tarde”. O novo ano é cheio de promessas e esperanças e realizações muitas. Tudo isso se compacta dentro do “Próspero Ano Novo” e explode com os fogos da virada. Aqueles sonhos todos ficam muito mais bonitos coloridos e brilhantes em contraste com o negro do céu, e o P do “próspero” soa como o estouro de uma champagne.
Pois bem, não sei se com todos foi assim. Mas quero agradecer a todos que me desejaram Próspero Ano Novo. Foi um ano, sem dúvida, maravilhoso, no melhor dos sentidos que essa palavra pode ter. Um dos anos mais difíceis e prazerosos do aprendizado de jornalismo, em especial nas aulas do Leonam e do Holdfeldt; um ano maravilhoso no amor, que culminou num desejo de entrega mútua e uniu dois corações. Ali se ama e se escreve, a cada dia, um capítulo de uma linda história sem fim. Meu presente de aniversário, de Natal e de todos os dias. E pra finalizar, um ano maravilhoso para todos que, de certa forma, morrem de paixão pelo glorioso Campeão da América e do Mundo: o Sport Club Internacional!!!
Feliz Ano Novo!
Thursday, December 28, 2006
Friday, December 22, 2006
Feliz Natal...
Semana que vem farei uma retrospectiva de um dos melhores anos da história. Como sempre, sou contrário àqueles que anseiam desesperados pelo término do ano. Os últimos segundos reservados pela areia da ampulheta me trazem à memória o que teve de melhor neste ano, e isso me faz alegre. Então, por que não, aproveitar essa última semana com essas boas lembranças?
Deixo aqui o meu carinho a todos os amigos que contribuíram com cada sorriso e abraço em todos esses dias.
Um beijo e um abraço eterno, com todo meu amor àquela que divide comigo os dias e as noites, e que comigo protagoniza o melhor da nossa história..
A todos um Feliz Natal!
Deixo aqui o meu carinho a todos os amigos que contribuíram com cada sorriso e abraço em todos esses dias.
Um beijo e um abraço eterno, com todo meu amor àquela que divide comigo os dias e as noites, e que comigo protagoniza o melhor da nossa história..
A todos um Feliz Natal!
Tuesday, December 19, 2006
Para a história...
Era segunda, quando escrevi pela última vez. Estava em Campinas, longe da minha família, dos meus amigos e, principalmente, longe do meu amor. Fosse qualquer outra semana, a saudade seria o que pautaria qualquer coisa que fosse escrever. Só que essa semana foi simplesmente a que marcou na história: na do Inter, na minha e na de cada Colorado espalhado pelo mundo. Era natural que houvesse um temor ante o jogo que levaria o Inter à grande final. Provavelmente contra o temível Barcelona, de Ronaldinho, Deco e companhia.
O temor se confirmou e passou. O Barcelona se confirmou e se tornou mais temível ainda, ao aplicar 4 x 0 no América com uma apresentação de luxo com a maioria das jogadas passando pelo Ronaldinho. Se o time catalão assustava, agora ele parecia ignorar qualquer um que se atrevesse a enfrentá-lo.
Apesar de estar às vésperas do maior jogo da história do Inter, mantive-me estranhamente calmo. Consegui não ficar preocupado. No fundo acho que eu gostaria mesmo era de estar ansioso, nervoso, quem sabe até roendo as unhas. Mas não. A leveza estava instaurada, e – exceto alguns flashes de arrepio por tomar consciência do momento – o tempo passou tranqüilamente até a noite do sábado.
Um desses momentos foi na tarde de sexta. Eu voltava do centro ouvindo a Continental. Nada a ver com clima de jogo. Os vidros do carro estavam fechados e eu não ouvia nenhuma possível manifestação da rua. Então começou aquele solinho de teclado em melodia quase infantil seguido de uma lenta marcação longa e contínua de um baixo. Inconfundível! Aquarela do Toquinho. Não sei por que, mas senti um fio de gelo percorrer cada um dos meus braços fazendo eriçar cada ínfimo pêlo e toda frase da música teve um sentido naquela hora.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo – a Terra e o sol nascente, tudo numa folha, palpável. ...é fácil fazer um castelo – o poderoso castelo do Barcelona. E com o lápis em torno da mão foi feita a luva de um arqueiro. Com ou sem chuva não apenas um pinguinho caiu no pedacinho azul do papel, e uma linda gaivota voou para anunciar a grande conquista. E ela foi, pelo Hawaii, Pequim e Istambul, num barco a vela, num beijo azul: um beijo frio de tchau, de despedida àqueles que ousassem contemplar o vôo da gaivota sem fazê-lo por merecer.
O lindo avião rosa e grená do Barcelona era realmente lindo, um time com tudo em volta colorindo e muitas luzes a piscar. Mas se Deus quisesse ele iria pousar porque a vez de decolar era nossa. O nosso navio de partida tomaria asas com todos nossos amigos bebendo de bem com a vida, e agora o mundo estava ao alcance de um traço. O traço que o contestado Adriano riscou desde antes do meio do campo cruzando o campo na velocidade de quem estava predestinado a fazer história. Foi o menino que caminhou e caminhando chegou no muro. Ali logo em frente a esperar pela gente o futuro estava.
Sem tempo nem piedade nem hora de chegar, sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar. E foi assim aquela sexta-feira. A dois dias do jogo ouvi a música que me deu todo este significado. Obviamente sem a parte do Adriano. Mas no lugar dele estava o jovem Pato. E hoje vejo que poderia ter sido qualquer um, que pouco importava quem fizesse aquele maravilhoso gol.
Um dia por certo essa linda Aquarela descolorirá. Será quando nossos olhos fecharem, enfim. E toda nossa glória em lembrança se guardará em tons de cinza, por toda a história.
O temor se confirmou e passou. O Barcelona se confirmou e se tornou mais temível ainda, ao aplicar 4 x 0 no América com uma apresentação de luxo com a maioria das jogadas passando pelo Ronaldinho. Se o time catalão assustava, agora ele parecia ignorar qualquer um que se atrevesse a enfrentá-lo.
Apesar de estar às vésperas do maior jogo da história do Inter, mantive-me estranhamente calmo. Consegui não ficar preocupado. No fundo acho que eu gostaria mesmo era de estar ansioso, nervoso, quem sabe até roendo as unhas. Mas não. A leveza estava instaurada, e – exceto alguns flashes de arrepio por tomar consciência do momento – o tempo passou tranqüilamente até a noite do sábado.
Um desses momentos foi na tarde de sexta. Eu voltava do centro ouvindo a Continental. Nada a ver com clima de jogo. Os vidros do carro estavam fechados e eu não ouvia nenhuma possível manifestação da rua. Então começou aquele solinho de teclado em melodia quase infantil seguido de uma lenta marcação longa e contínua de um baixo. Inconfundível! Aquarela do Toquinho. Não sei por que, mas senti um fio de gelo percorrer cada um dos meus braços fazendo eriçar cada ínfimo pêlo e toda frase da música teve um sentido naquela hora.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo – a Terra e o sol nascente, tudo numa folha, palpável. ...é fácil fazer um castelo – o poderoso castelo do Barcelona. E com o lápis em torno da mão foi feita a luva de um arqueiro. Com ou sem chuva não apenas um pinguinho caiu no pedacinho azul do papel, e uma linda gaivota voou para anunciar a grande conquista. E ela foi, pelo Hawaii, Pequim e Istambul, num barco a vela, num beijo azul: um beijo frio de tchau, de despedida àqueles que ousassem contemplar o vôo da gaivota sem fazê-lo por merecer.
O lindo avião rosa e grená do Barcelona era realmente lindo, um time com tudo em volta colorindo e muitas luzes a piscar. Mas se Deus quisesse ele iria pousar porque a vez de decolar era nossa. O nosso navio de partida tomaria asas com todos nossos amigos bebendo de bem com a vida, e agora o mundo estava ao alcance de um traço. O traço que o contestado Adriano riscou desde antes do meio do campo cruzando o campo na velocidade de quem estava predestinado a fazer história. Foi o menino que caminhou e caminhando chegou no muro. Ali logo em frente a esperar pela gente o futuro estava.
Sem tempo nem piedade nem hora de chegar, sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar. E foi assim aquela sexta-feira. A dois dias do jogo ouvi a música que me deu todo este significado. Obviamente sem a parte do Adriano. Mas no lugar dele estava o jovem Pato. E hoje vejo que poderia ter sido qualquer um, que pouco importava quem fizesse aquele maravilhoso gol.
Um dia por certo essa linda Aquarela descolorirá. Será quando nossos olhos fecharem, enfim. E toda nossa glória em lembrança se guardará em tons de cinza, por toda a história.
Monday, December 11, 2006
Um pouco de diário...
Na sexta pela tarde recebi um email com minha presença confirmada num curso de GSM pela Huawei a partir de ontem, segunda, aqui em Campinas. Mais do que surpreso com o próprio curso, fiquei com a data da viagem: domingo, 14:50h. Depois de um certo esforço consegui alterar para três horas mais tarde.
A partir de então as horas eram todas elas escassas, e os minutos se esvaíram como areia de ampulheta logrando saudade de olhos que, então, estavam diante de si mesmos. Todo movimento e brilho seriam guardados em memória para posterior lembrança. Uma pequena dose que viria a amenizar, ou pelo menos tentar, a falta física, por mais que se soubesse que não seria mais que quatro dias.
Quando a saudade se manifesta no presente, fazendo viver cada momento como retorno de uma longa viagem, o ausente é frio, e não faz parecer justo.
O domingo amanheceu como o dia que não teria sua noite marcada por palavras doces sussurradas ao ouvido; pelo carinho bom; pelo boa noite entre beijos..
O ambiente do curso é muito bom: pessoas jovens e tecnologia. Tudo parece novo. A maciça presença de jovens chineses realça o aspecto tecnológico e, de minha parte, uma – digamos – xenofobia. Me assusta a quantidade com que ele se apresentam. Falam chinês o tempo todo. Se precisam se comunicar com um brasileiro, o fazem em um inglês improvisado. Seus costumes e, principalmente, sua cultura, me espantam mais ainda. Falando com um ex-colega que agora trabalha na Huawei, descobri que grande parte dos jovens asiáticos não sabiam (e muitos ainda não fazem idéia) do que seja Catolicismo, Beatles ou Natal. Vivem num mundo totalmente à parte, nesses quesitos.
Quinta-feira termina, e por ela anseio. Quando eu voltar o Natal se fará muito próximo e – tomara – o Inter pode estar diante da maior partida de sua história, prestes a conquistar seu maior título. Isso também causa uma sensível inquietação. Nesse dia, quinta, provavelmente as horas pareçam maiores, mas remeterão a uma convergência tal, que por vontade e desejo, tão cedo não diga tchau..
A partir de então as horas eram todas elas escassas, e os minutos se esvaíram como areia de ampulheta logrando saudade de olhos que, então, estavam diante de si mesmos. Todo movimento e brilho seriam guardados em memória para posterior lembrança. Uma pequena dose que viria a amenizar, ou pelo menos tentar, a falta física, por mais que se soubesse que não seria mais que quatro dias.
Quando a saudade se manifesta no presente, fazendo viver cada momento como retorno de uma longa viagem, o ausente é frio, e não faz parecer justo.
O domingo amanheceu como o dia que não teria sua noite marcada por palavras doces sussurradas ao ouvido; pelo carinho bom; pelo boa noite entre beijos..
O ambiente do curso é muito bom: pessoas jovens e tecnologia. Tudo parece novo. A maciça presença de jovens chineses realça o aspecto tecnológico e, de minha parte, uma – digamos – xenofobia. Me assusta a quantidade com que ele se apresentam. Falam chinês o tempo todo. Se precisam se comunicar com um brasileiro, o fazem em um inglês improvisado. Seus costumes e, principalmente, sua cultura, me espantam mais ainda. Falando com um ex-colega que agora trabalha na Huawei, descobri que grande parte dos jovens asiáticos não sabiam (e muitos ainda não fazem idéia) do que seja Catolicismo, Beatles ou Natal. Vivem num mundo totalmente à parte, nesses quesitos.
Quinta-feira termina, e por ela anseio. Quando eu voltar o Natal se fará muito próximo e – tomara – o Inter pode estar diante da maior partida de sua história, prestes a conquistar seu maior título. Isso também causa uma sensível inquietação. Nesse dia, quinta, provavelmente as horas pareçam maiores, mas remeterão a uma convergência tal, que por vontade e desejo, tão cedo não diga tchau..
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