Monday, January 29, 2007

Seminatore...

Depois de analisar tantas mudanças ao longo de um ano, percebo que a maior perda foi a confiança que tinha em algumas pessoas, principalmente no cuidado que eu julgava que tivessem por mim, por tudo e todos que, a mim, dizem respeito.

Talvez não devesse apostar tanto em tantas pessoas, visto que meu orgulho sempre fez arrancar, com a confiança perdida, boa parte, senão toda, da simples afeição. Também não quero deixar de acreditar na confiança. Ainda continua sendo um valor imprescindível na busca do crescimento com as relações.

Em contrapartida o ganho foi ter me dado conta disso, ainda que não sozinho, mas por circunstâncias e pessoas que espero realmente nunca romper o laço da confiança, por nenhuma das partes.

Friday, January 12, 2007

A resistência do chuveiro queimou!

Foi a primeira coisa que pensei quando o calor começou a ficar mais intenso e vimos a necessidade de trocar a chave do chuveiro, de Inverno para Verão. Já tínhamos percebido que havia algo de errado com a posição Verão, visto que a água não aquecia nada. Mas até então abríamos bem, e a temperatura da água era um quente suportável.

No domingo do dia 24, véspera de Natal, dispunha de bastante tempo: o único compromisso era a Ceia de natal, às nove da noite, lá nos meus pais. Resolvi então abrir o chuveiro pra ter certeza do problema. Tão logo manifestei essa vontade, fui reprimido:

- Tu vai abrir o chuveiro hoje – véspera de Natal?
- Eu ia.. tu acha muito ruim?
- Tu não quer deixar pra outro dia?
- Tá..

Desisti. Teria que fazer aquilo algum outro dia menos importante. Mas devo ter estampado a frustração no rosto..

- Se tu quiser pode mexer no chuveiro..
- Eeeeeeeeeeeeee!!!!

Me muni das ferramentas que tinham na gaveta, desliguei o disjuntor correspondente e dei início à “simples” verificação da resistência. Era pra ser uma coisa bem simples mesmo. A maioria dos homens, e até mesmo muitas mulheres já devem ter aberto um chuveiro pra trocar a resistência. Acho que até veado troca!

Tentei em vão não me molhar. Fiz escorrer o que achava que eram os últimos pingos pela mangueirinha, mas assim que desenrosquei veio o banho. Me molhar não era o problema maior: a água na sola suja do chinelo deixou o chão num tom não muito agradável para o azulejo branco.

Lá estava: a parte do inverno inteira e a do verão queimada.

- Vou sacar e trocar por uma nova!

Meu pensamento me pareceu brilhante e objetivo. Me pareceu. E no instante em que toquei com o alicate na resistência, a parte que estava inteira se rompeu. Um belo mal começo. Agora eu era obrigado a consertar aquele chuveiro e torcer para que o calor permanecesse.

- Tu vai trocar isso, agora? (17h)
- Sim. Vou ali no Zaffari..
- Não tá fechado - o Zaffari?
- Não. Vi que estaria aberto até às 20h, hoje.
- Tá..

Corri até o super e comprei, não só uma, mas duas resistências. Assim, quando queimasse novamente o chuveiro numa fria noite de inverno, eu, o precavido, teria uma resistência sobressalente e salvaria o banho quente da donzela. Esse pensamento me levou saltitante ao caixa e já me imaginava trocando a segunda resistência, na tal noite fria do inverno.

Já em casa, abri a embalagem, identifiquei as partes e troquei. Montei novamente todo o chuveiro, deixei correr um pouco de água para não queimar e liguei o disjuntor. Voltei ao banheiro e...

Nada!

Nenhum barulhinho de banho quente. O primeiro “Puta que o pariu!” foi proferido. Lá fui eu: desliga disjuntor, escorre água pela mangueirinha, desenrosca a parte furadinha, e a constatação: a porra da resistência queimou! Nova! Eu juro que tinha deixado correr um pouco de água antes de ligar. Eu só não tinha era afastado as espiras umas das outras. Assim, a corrente em vez de passar por todo o fio, passou pela superfície, onde a resistência é bem menor, causando o curto! “Antes de ligar, afaste as espiras” dizia na embalagem! E eu não li.

Tive que sacrificar a resistência da noite fria do inverno. Afastei as espiras e montei tudo de novo. Deixei correr a água e liguei o disjuntor. Liguei o chuveiro e..

Nada!

Pela segunda vez proferi o palavrão. Fui até o disjuntor, troquei por num outro que estava ali sem uso, fiz todo o processo e nada! Abri novamente e testei a resistência com um multímetro. A resistência nos terminais era de cerca de 2000 ohms, enquanto era pra ser uns 3 ohms. Pra não parecer que estou falando grego, digo que realmente estou! Assim como Tensão se mede em Volt, Corrente em Ampère e Potência em Watt, a resistência é medida em Ohm. E a relação entre corrente e resistência é inversamente proporcional: quanto maior a resistência menor a corrente e, conseqüentemente, menor a potência. Não ia aquecer nunca. Desmontei tudo de novo e limpei a oxidação dos terminais. A resistência baixou sensivelmente para uns 12 ohms.

Montei tudo de novo e...

Nada!

Como poderia eu apanhar assim para um simples chuveiro? Desisti! Reconheci que a véspera de Natal é o pior dia do ano para se mexer no chuveiro. Reconheci que minha teimosia é faz passar por situações desse tipo, nada agradáveis. Pensei até em chamar um eletricista, mas novamente fui reprimido.

Não havia mais tempo para pensar o que fazer. O banho seria frio. A frustração foi ao mais alto grau. Cabisbaixo caminhei até a cozinha enquanto ela tomava o banho frio. Peguei a embalagem do lixo e, finalmente uma razão lógica: Resistência para chuveiro 220V.

Num mesmo instante me senti alegre e idiota. Consegui comprar as duas resistências para 220V! E estava destacado em amarelo.. Mas tudo bem, agora era só trocar por uma 110 e tudo estaria resolvido... estaria...

Thursday, January 04, 2007

Confusões da modernidade...

É sabido que sou um atrapalhado por natureza. Quase tudo o que faço – ou tento fazer – tem seu momento de desastre. Por conta disso digo que às vezes entro em colapso. Estou até pensando em um livro: Desventuras do Lar. Este seria apenas com as trapalhadas de dentro de casa, como a saga do chuveiro em plena véspera de Natal, que contarei mais tarde. Mas a distração me acompanha em todos os lugares, principalmente aqui no trabalho, onde passo boa parte do dia.

Tocou o celular ( um velho companheiro de trapalhadas). Era da Associação.

- Oi Raul!
- Oi!
- É a Leca, da Astti. Tu reservou o salão da associação né? Tu vai confirmar?
- Vou sim. Eu já paguei. Só esqueci de enviar o comprovante do depósito. Deixa eu ver se eu acho.
- Tá.
- Achei, tá aqui!

Abri a bandeja do fax e posicionei a folha. Deixei o dedo pronto sobre o botão enviar.

- Pode me mandar o sinal de fax?
- Posso sim. Agora?
- Sim, pode mandar.
- Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....

Liguei de volta.

- Astti, bom dia!
- Leca?
- Sim.
- É o Raul.
- O que houve? Não conseguiu?
- Não, eu tava no celular. Não funciona o fax pelo celular. Agora estou ligando do fax, pode mandar o sinal de novo..?

São situações como essa que recheiam o meu dia e me fazem rir sozinho quando lembradas.

Protetor solar...

Acho que ando meio ranzinza mesmo. Depois de declarar que não gosto de Amigo Secreto descubro que não gosto de passar protetor solar. Na verdade eu já sabia disso, mas fica cada vez mais evidenciado quando vou à praia. Reluto em ir pro mar temendo ter de passar o protetor. Mas vou. Sempre acho que vou ficar de camiseta, que vou ficar abrigado à sombra de um guarda-sol e que o sol não vai me pegar. Só tem uma coisa que é certa: o sol não perdoa. Pode-se passar um turno inteirinho debaixo do guarda sol de camiseta, mas basta uma ida ao quiosque para buscar uma cerveja que o torrão tá garantido. É que a gente esquece que a caminhada da casa até a praia e a volta também queimam. Infelizmente o sol não age só quando a pessoa coloca o pé na areia.

Um pouco menos pior do que ficar um pimentão sem achar posição para dormir que não se fique ardendo por umas duas ou três noites é se submeter ao melecado processo do protetor, sozinho. Em vez de a pele assumir o vermelho uniforme, ela dá espaço a marcas de dedos aleatórias pelo corpo, principalmente nas costas. É mais comum nos homens, que não pedem ou não deixam que ninguém passe o protetor nas suas costas.

Em tempo: não agüento as pessoas chamando protetor solar de bronzeador.

A ironia (ou seria incoerência) é que eu sou um dos maiores defensores do uso do protetor solar. Nunca compro de fator menor que 25 e sei que a cada ano são menos “melecantes”.

Usemos o protetor!

Minhas fotos no