Monday, November 26, 2007

Ainda sobre o Rio...

Da última vez que fui ao Rio, uma diferença básica: os flanelinhas que tinham aos montes, quatro ou cinco por quadra, sem camisa e ostensivos passaram a usar um colete cinza e trabalham para a prefeitura. No início achei que fosse como aqueles aqui de Porto Alegre, que usam um colete do Sindicato e acham que isso os credencia a cobrar. Mas não, eles têm até um talonário onde se marca a data e a hora de estacionamento com preço fixo: 2 pila por duas horas. Uma espécie de Área Azul, tem até as placas indicando. No dia que fomos no Cristo o cara, além de esquecer de cobrar os 2 pila, não marcou a hora de início. Poderia usar aquele boleto pra estacionar em outro lugar. Parecia sério o negócio, até que fui estacionar em frente ao hotel. O flanelinha regularizado chegou e já foi tirando o talonário do colete.

- Ó, pode preencher a hora neste aqui.
- Ah.. não! Aqui nem precisa de talão.
- É mesmo? Mas tu ia me entregar um.
- Não, aqui sou eu que controlo, todo mundo me conhece..
- Tudo bem, estamos aqui no hotel.

Ele ficou lá resmungando, mas não pagamos os 2 pila.

Generalizações...

Não gosto quando, por um exemplo, geralmente um mau exemplo, se define alguém ou algum lugar. O Rio que vemos na TV e nos jornais dá medo, eu sei. Mas queria que a Alice conhecesse aquela maravilha de lugar como eu conheci, pelo lado bonito, sem medo. Talvez com riscos, mas acredito que riscos há em qualquer lugar.

Dois amigos lembraram do mesmo exemplo da placa que em vez de indicar a subida do Cristo, levava os motoristas a entrerem na favela para serem assaltados. Aconteceu, mas obviamente já teriam dado um jeito. Mas é essa a imagem que fica, ainda mais para quem só vê pela TV. Subimos até o Cristo nos guiando pelas placas e chegamos lá sem problemas. Seria um pouco mais fácil se eles colocassem as placas antes da rua, mas tudo bem, lá funciona assim.

Na semana passada morreu um italiano, o que motivou um comentário – para mim, infeliz – do Alexandre Garcia. Passou um homem de bicicleta e tentou levar o cordão de ouro de um senhor italiano, em Ipanema. O filho saiu correndo atrás do assaltante e o alcançou. Brigaram. O turista George Morassi, 28 anos, caiu na via e foi atropelado por um ônibus diante dos pais, do irmão e de amigos. A família veio ao Brasil para o casamento de um dos filhos com uma brasileira. O ladrão fugiu. No comentário, Alexandre Garcia disse que não é assim que devemos tratar os turistas estrangeiros, porque ele foi semana passada à Itália e foi muito bem recebido. Sem dúvida foi uma tragédia, mas alguns pontos devem ser observados. Primeiro: cordão de ouro e Rio de Janeiro não combinam. Segundo, mesmo que fosse na Itália, não se reage a assalto. Terceiro, para o Sr. Alexandre Garcia: não é assim que se trata turista estrangeiro, nem brasileiro, tampouco quem mora na cidade.

Wednesday, November 21, 2007

Pessoas burras

Não sei qual é a definição de burro nos dicionários, mas suponho que seja algo como “aquele que não é passível de aprendizagem”.

Segunda foi a data final de entrega dos trabalhos de conclusão da Puc. Fazia tempo que eu não via a universidade tão cheia. Conseqüentemente, o xerox do prédio 8, onde eu faria a encadernação também. Cheguei às 19h30, e o horário para a entrega era até as 20h. A tarefa era relativamente simples. Encadernar e entregar. Simples!

Eram quatro vias: três pra Puc e uma pra mim. Pedi a encadernação térmica, que ao meu gosto é muito mais bonita que aquele espiralzinho. Aí começaram os problemas. Como é uma tarefa não usual, as atendentes do xerox preenchem uma ficha com o pedido. Tantas páginas, encadernação térmica, espiral, etc. E já tem tudo preparadinho ali, é só preencher no lugar certo.

- Eu pedi térmica, tu tá preenchendo no campo do espiral.
- Ah tá. Desculpa, é mesmo.

Ela riscou e escreveu no campo certo.

Contou duas vezes o número de páginas em cada via e separou-as.

- Espiral, né?
- Não, é térmica. Tu escreveu até.
- Ah, tu já disse vinte vezes. Desculpa!

Entregou o pedido – sem o papelzinho que tinha preenchido – ao encadernador. Vi os dois conversando, mas como tava um pouco longe, e a sala muito cheia, não consegui ouvir direito. Era alguma coisa entre espiral e térmica.

Às 20h o magrão entregou quatro vias de um trabalho pra guria. Rezei que não fosse o meu, pois eram em espiral. Veio, sorridente, na minha direção.

- Ó, prontinho!

Só de lembrar dá uma raiva tão grande que prefiro evitar os termos que exprimiriam meu sentimento.

Eles refizeram. O cara que encadernou ficou de cara com ela porque perguntou três vezes se era térmica ou espiral. Eu apenas me contive e esperei.

Às 21h30, finalmente consegui entregar e fui pra aula cometer a gafe que encerraria o dia acadêmico. Expliquei aos colegas do documentário o motivo do meu atraso. E uma colega comentou:

- Mas não tem problema de entregar em espiral, né?
- Tem o problema que é muito feio!
- É.. a minha eu fiz em espiral porque eram muitas páginas, aí o térmico não segura.

O Rio de Janeiro continua lindo!

Que cidade, que lugar! Ao desembarcar no Rio algo conspira para que se relaxe. Não deixa de ser um exercício de paciência lidar com atendimento ruim, flanelinhas, pessoas vendendo de tudo e café fraco. É o preço para se poder contemplar tamanha beleza concentrada.

Copacabana está com um quisques envidraçados no calçadão com um chopp cremoso espetacular. Em toda a orla há banheiros subterrâneos tri modernos com guarda volumes, fraldário e kit banho. Tudo pago, claro. Aliás, tudo ali é feito visando o comércio. Mas o serviço é ótimo!

O Cristo, nova maravilha do mundo, recompensa a subida com uma vista literalmente das nuvens.

Os outros cenários, numa composição harmoniosa, nos fizeram sentir em mais uma pequena lua-de-mel: Barra, Leblon, túneis, praças e parques, botequins e até um bar na Lapa, o Teatro Odisséia, onde pudemos curtir o melhor da noite carioca ao som do samba de roda. Muito bom!

Todos os dias e todas as noites foram muito divertidos. Na última noite, num bar em Copacabana, dois tiozinhos alemães e uma porto-alegrense que estavam na mesa ao lado divertiram os que estavam na volta com uma galinha que botava um ovo colorido quando apertavam sua cabeça. Aí quebravam o ovo e bebiam o licorzinho de dentro. Quando acabaram-se os ovos, pediram ao garçom que trouxesse ovos de verdade para colocar na galinha. O garçom trouxe os ovos. Crus. Pediram então que cozinhasse os ovos. Lá foi ele. E assim foi a diversão. O pior é que o tio quebrou o ovo que a galinha botou e comeu.

Ao meu amor, que não conhecia o Rio, muito obrigado por mais esse presente: quatro dias e quatro noites maravilhosos..

Thursday, November 08, 2007

Breve volta..

Estava decidido: só voltaria a escrever aqui depois que passasse esse reboliço do final do derradeiro semestre. Uma imbecilidade previsível. Eu que, repito, sempre disse que não seria uma p%#%$ de um último semestre de faculdade que iria me fazer surtar me vejo esquecendo de coisas, deixando minha agenda de lado e minha mesa do trabalho cada vez com menos espaço. Algumas vezes parei tudo, abri o word e quis escrever. Mas não saía nada. Agora resolvi chutar o balde.

Sobre os filmes

Temos assistido a bastantes filmes. Uns bons, uns ruins. O problema do ruim é que foi no cinema: O Passado. Eu quis ver o filme só pelos créditos. Hector Babenco na direção e Gael García Bernal como ator. O filme é chato e apelativamente bagaceiro. Sendo assim, a pouca vontade de ver Tropa de Elite foi embora depois de passar algumas horas na Oktoberfest ouvindo “Pede pra sair, zero dois!”. Nacional, agora, só o filme da conquista mundial do Inter, amanhã.

Dos bons, Amém, que conta a história de um médico alemão que descobriu uma fórmula para purificar a água, mas acabou sendo usada nas câmaras de gás. Isso provoca um conflito nos seus princípios, mesmo sendo nazista.

Zodíaco requer atenção para uma infinidade de dados e é um pouco demorado demais: duas horas e meia. Conta a história de um assassino em série. Gostei, mas podia ter sido um pouco mais resumido. Também acho que deveriam ter mostrado a sistemática usada para decifrar os códigos.

O trabalho

Acho que depois de dez anos, são poucos os que não se deixam iludir com o reconhecimento profissional. Deixamos de brigar por aumento e nos dedicamos a atingir metas, aumentar indicadores, e garantir lucro aos investidores (como está estampado na missão da empresa).

Não satisfeitos com a decisão da empresa de não nos pagar horas extras, convertendo-as em folga, resolvemos fazer uma pequena reunião com o nosso coordenador. O que ouvimos? “É decisão inalterável da empresa de não pagar mais de 3% da folha em horas extras. Quem não estiver satisfeito que peça pra sair da escala de plantão”. Quando ele começou com o “peça pra sair..”, jurei que era sair da empresa. Mesmo assim, o recado foi obsrvado por um colega como uma ameaça, mas foi negado. Amplamente desmotivador!

Na Puc a reportagem da Cabana perdeu a capa, mas continua com quatro páginas. Quanto à mono, estou fazendo os ajustes finais. Falta bem pouco.

Ótimo fim de semana a todos!

Minhas fotos no