Não sei qual é a definição de burro nos dicionários, mas suponho que seja algo como “aquele que não é passível de aprendizagem”.
Segunda foi a data final de entrega dos trabalhos de conclusão da Puc. Fazia tempo que eu não via a universidade tão cheia. Conseqüentemente, o xerox do prédio 8, onde eu faria a encadernação também. Cheguei às 19h30, e o horário para a entrega era até as 20h. A tarefa era relativamente simples. Encadernar e entregar. Simples!
Eram quatro vias: três pra Puc e uma pra mim. Pedi a encadernação térmica, que ao meu gosto é muito mais bonita que aquele espiralzinho. Aí começaram os problemas. Como é uma tarefa não usual, as atendentes do xerox preenchem uma ficha com o pedido. Tantas páginas, encadernação térmica, espiral, etc. E já tem tudo preparadinho ali, é só preencher no lugar certo.
- Eu pedi térmica, tu tá preenchendo no campo do espiral.
- Ah tá. Desculpa, é mesmo.
Ela riscou e escreveu no campo certo.
Contou duas vezes o número de páginas em cada via e separou-as.
- Espiral, né?
- Não, é térmica. Tu escreveu até.
- Ah, tu já disse vinte vezes. Desculpa!
Entregou o pedido – sem o papelzinho que tinha preenchido – ao encadernador. Vi os dois conversando, mas como tava um pouco longe, e a sala muito cheia, não consegui ouvir direito. Era alguma coisa entre espiral e térmica.
Às 20h o magrão entregou quatro vias de um trabalho pra guria. Rezei que não fosse o meu, pois eram em espiral. Veio, sorridente, na minha direção.
- Ó, prontinho!
Só de lembrar dá uma raiva tão grande que prefiro evitar os termos que exprimiriam meu sentimento.
Eles refizeram. O cara que encadernou ficou de cara com ela porque perguntou três vezes se era térmica ou espiral. Eu apenas me contive e esperei.
Às 21h30, finalmente consegui entregar e fui pra aula cometer a gafe que encerraria o dia acadêmico. Expliquei aos colegas do documentário o motivo do meu atraso. E uma colega comentou:
- Mas não tem problema de entregar em espiral, né?
- Tem o problema que é muito feio!
- É.. a minha eu fiz em espiral porque eram muitas páginas, aí o térmico não segura.
O Rio de Janeiro continua lindo!
Que cidade, que lugar! Ao desembarcar no Rio algo conspira para que se relaxe. Não deixa de ser um exercício de paciência lidar com atendimento ruim, flanelinhas, pessoas vendendo de tudo e café fraco. É o preço para se poder contemplar tamanha beleza concentrada.
Copacabana está com um quisques envidraçados no calçadão com um chopp cremoso espetacular. Em toda a orla há banheiros subterrâneos tri modernos com guarda volumes, fraldário e kit banho. Tudo pago, claro. Aliás, tudo ali é feito visando o comércio. Mas o serviço é ótimo!
O Cristo, nova maravilha do mundo, recompensa a subida com uma vista literalmente das nuvens.
Os outros cenários, numa composição harmoniosa, nos fizeram sentir em mais uma pequena lua-de-mel: Barra, Leblon, túneis, praças e parques, botequins e até um bar na Lapa, o Teatro Odisséia, onde pudemos curtir o melhor da noite carioca ao som do samba de roda. Muito bom!
Todos os dias e todas as noites foram muito divertidos. Na última noite, num bar em Copacabana, dois tiozinhos alemães e uma porto-alegrense que estavam na mesa ao lado divertiram os que estavam na volta com uma galinha que botava um ovo colorido quando apertavam sua cabeça. Aí quebravam o ovo e bebiam o licorzinho de dentro. Quando acabaram-se os ovos, pediram ao garçom que trouxesse ovos de verdade para colocar na galinha. O garçom trouxe os ovos. Crus. Pediram então que cozinhasse os ovos. Lá foi ele. E assim foi a diversão. O pior é que o tio quebrou o ovo que a galinha botou e comeu.
Ao meu amor, que não conhecia o Rio, muito obrigado por mais esse presente: quatro dias e quatro noites maravilhosos..
1 comment:
Rodrigão, o farmacêutico...
Ritalina da Nanda pra essa mina... ela tem déficit de atenção também!
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