Vimos trabalhos mais modernos e não tão empolgantes no Reina Sofia, mas é o museu que possui o maior acervo de Salvador Dalí. Necessário! Abriga também Picasso, Monet e outros caras que não são a nossa cara.
Com as retinas imortalizadas em êxtase, e a respiração voltando ao normal, relaxamos no Parque do Retiro. Vi pela primeira vez esquilos ao vivo, muito bonitinhos! Corriam de um lado para outro, subiam e desciam das árvores, divertiam-se e nos divertiam. Preenchemos assim nossas jornadas, com passeios em meio a uma riqueza arquitetônica e cultural sem tamanho.
Após o meio-dia, teoricamente a cidade dormia. Às vezes nós também. Mas algo na atmosfera madrilenha acordava ao final da tarde e trazia de volta às ruas moradores e turistas que enchiam bares e restaurantes. Ir de tapas, é o lema. Um movimento leve de entrar em um bar, sempre atraente em algum quesito, pedir uma bebida que smpre vem acompanhada de um tapa, oferecido pela casa. Petiscos saborosos, que podem ser desde uma tostada com alguma cobertura, ou batatas bracas com molho de tomate, ora um risoto de frango. A cada novo pedido de bebida os tapas são repostos. Se não fizéssemos muita questão de provar a famosa paella, poderíamos ir assim, de tapas até a fome saciar. Para os que querem tapas mais elaborados (e pagos) existe o Mercado Municipal. Um mercado que já foi comum, mas depois de dois anos de remodelação assumiu um ar de boutique gourmet. Tudo é encantador aos olhos e ao paladar. As taças de cristal podem circular livremente do bar de vinhos até o balcão especializado em pinchos de bacalhau (uma torradinha com generosa cobertura), todos a 1 euro. Por volta da meia-noite o Mercado fecha, e o público naturalmente se espalha pelos bares vários da cidade.
Numa dessas noites, depois de uns tapas na Pompeiana e uma pseudo festinha com bebida grátis oferecida pelo guri que distribuía cartões, apreciamos um espetacular show de flamenco. Finalizamos essa noite com uma deliciosa paella de marisco voltando ao Pompeiana.
Que grato cartão de visitas foi Madri!
Depois de quatro dias embarcamos no trem de alta velocidade para Barcelona. Se Madri é uma cidade velha, muito bonita e bem cuidada, a metrópole catalã esbanja modernidade e luxo. Claro que muito da arquitetura de Barcelona é secular. Mas o simples fato de a cidade acolher edificações idealizadas por um gênio como Gaudí dá um ar mais moderno, que orna perfeitamente com o vestuário das ruas e das vitrines das grifes.
Todo esse glamour, mesmo que concentrado pelos arredores da avenida Gasseig de Gràcia, se reflete nos cardápios e até no bilhete do metrô. O custo de vida foi sensivelmente mais elevado nesses quatro dias. Contudo, nosso roteiro contemplava mais os exteriores, como as fachadas de Gaudí na Casa Batllò e Casa Milà. A Sagrada Família sim, vimos inteira, por dentro, por fora, por cima.. uma loucura em cada detalhe.
Por coincidência, estávamos lá justamente no dia da final da Champions League entre o Barcelona e o Manchester United (o jogo foi em Londres). A cidade toda vestia as cores desse velho conhecido do Colorado. Aproveitei o dia seguinte, quando todos estavam embriagados das comemorações para exibir a minha camiseta.
Um passeio que tínhamos programado foi a visita à Abadia de Montserrat, construída na base da encosta do monte. Uma edificação que se iniciou na Idade Média e sofreu algumas reconstruções até chegar ao que é hoje, abrigando a imagem da Nossa Senhora de Montserrat, encontrada em meados do ano 880.
Na terceira noite fizemos uma festinha no porto olímpico. Incrivelmente o movimento do metrô aumenta durante a noite, sobretudo nos finais de semana, quando funcionam durante toda a madrugada. Às 4h da manhã, quando voltamos para o hotel, as estações ainda estavam cheias.
Ainda tivemos tempo para curtir um dia mais tranqüilo, caminhando pelo Arco do Triunfo e pelo parque. Era o final da nossa jornada pela Espanha.
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