Tenho andado bastante por estradas de chão da zona Sul do Estado rumo a cidadezinhas de poucos mil habitantes e meia dúzia de ruas. Sigo pela BR116 até o km aproximado e ali me despeço do asfalto. Ando vinte, trinta, quarenta e poucos quilômetros pela terra, levantando poeira, desviando de buracos e procurando o rumo certo.
Meu guia é quase sempre o instinto. Algum senso de orientação que me leva a escolher o melhor caminho entre tantas bifurcações sem placa de orientação. Quando há placas, rio sempre das muitas pintadas à mão:"D. FELICIANO ->".
Algumas vezes fui auxiliado pelo GPS, mas é muito limitado. Possui apenas um mapa geral com as estradas federais e algumas estaduais. Então quase todas essas estradinhas não aparecem. Das vezes que tentei pedir auxílio a alguém, ninguém apareceu! Quilômetros e quilômetros sem um vivente. E em algumas cidadezinhas pequenas, já na zona urbana, ninguém nos pátios das casas, e quase nenhum comércio. Verdadeiros vilarejos fantasmas.
Todos esses empecilhos são uma verdadeira terapia pra quem mora em Porto Alegre. Literalmente não aguento mais o nosso trânsito. E não quero gastar linhas para me lembrar deste inferno. Só sei que nesses dias que percorro o chão batido me enriqueço do silêncio, do verde, da diversidade de aves que me acompanham, e até outros animais, como lagartos, cobras e borboletas. Sou um refém dos recursos da metrópole. Mas é bom poder me tratar nesses caminhos do Rio Grande.
Thursday, August 25, 2011
Wednesday, August 17, 2011
Adeus à vista...
Dia desses recebi um comentário nesse post de maio de 2008 dizendo que "os tempos mudam". No texto escrevi que não me imaginava juntando as fezes do bichinho na rua. Era completamente impensável pra mim.
Pois bem, decidimos por ter o tal bichinho, e eu me dispus a cuidar, passear, colocar a dormir, brincar e tudo o mais. Tudo o mais poderia ser essa parte de limpar a sujeira. Mas isso foi muito natural. Tão natural quanto impensável, outrora.
Foi muito gratificante ensinar a Flora a usar a área de serviço como banheiro e fazer tudo sobre o jornal; esperar sentadinha eu servir a ração; sentar para eu colocar a coleira, abrir a porta, etc. Quando estamos com ela é um verdadeiro anjinho. Se estamos no quarto e ela vai ao banheiro, volta e me chama. Não late, apenas fica parada me olhando e balançando o rabinho. O problema é quando fica sozinha. Ela deixou a marca dos seus caninos em quase toda a casa. Tentamos várias alternativas com comandos, sprays amargos e o mais eficaz: um protótipo com um sensor de presença ligado a uma mini sirene. Quando ela se aproxima de algum objeto "proibido" a sirene apita e ela imediatamente se afasta. O problema é que ela se afasta da cortina e vai roer um marco de porta. E cheguei a um ponto de completa tensão a cada vez que entro em casa esperando o que me espera.
O primeiro sentimento é de fracasso. Mas prefiro pensar que foi um aprendizado, e que será melhor para ela uma casa que tenha gente durante a maior parte do dia. Minha visita ao meio-dia, infelizmente, é insuficiente. Talvez quando morarmos em uma casa consigamos prparar um espaço mais adequado, que contemple conforto e opções para extravasar a energia.
Pois bem, decidimos por ter o tal bichinho, e eu me dispus a cuidar, passear, colocar a dormir, brincar e tudo o mais. Tudo o mais poderia ser essa parte de limpar a sujeira. Mas isso foi muito natural. Tão natural quanto impensável, outrora.
Foi muito gratificante ensinar a Flora a usar a área de serviço como banheiro e fazer tudo sobre o jornal; esperar sentadinha eu servir a ração; sentar para eu colocar a coleira, abrir a porta, etc. Quando estamos com ela é um verdadeiro anjinho. Se estamos no quarto e ela vai ao banheiro, volta e me chama. Não late, apenas fica parada me olhando e balançando o rabinho. O problema é quando fica sozinha. Ela deixou a marca dos seus caninos em quase toda a casa. Tentamos várias alternativas com comandos, sprays amargos e o mais eficaz: um protótipo com um sensor de presença ligado a uma mini sirene. Quando ela se aproxima de algum objeto "proibido" a sirene apita e ela imediatamente se afasta. O problema é que ela se afasta da cortina e vai roer um marco de porta. E cheguei a um ponto de completa tensão a cada vez que entro em casa esperando o que me espera.
O primeiro sentimento é de fracasso. Mas prefiro pensar que foi um aprendizado, e que será melhor para ela uma casa que tenha gente durante a maior parte do dia. Minha visita ao meio-dia, infelizmente, é insuficiente. Talvez quando morarmos em uma casa consigamos prparar um espaço mais adequado, que contemple conforto e opções para extravasar a energia.
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