Thursday, April 27, 2006

Um véio magal...

Será que vamos guardar algumas de nossas manias mesmo quando formos bem velhinhos? Homem – via de regra – adora carro. Por motivos financeiros, não se vê mais tantos carros esportivos, roncos de motores, aceleradas.. o que se vê é a magaleada enfiando aerofólios e spoilers em carrinhos de passeio e um clip de funk no dvd poluindo os ouvidos alheios. Antigamente era tri comum Opala 6 cilindros ou Maverik de 6 ou até 8 cilindros e seus roncos inconfundíveis. Um carro do mesmo porte hoje, como um Omega ou Mustang, é privilégio de pouquíssimos, muitas vezes em idade avançada que não querem mais saber de exibir os roncos dos motores.

Pois não é que hoje vi um Maverikão 4 portas novíssimo. Inteiraço mesmo. Branco, rodas originais, tudo original, aliás. Pilotando? Um senhor.. beeeem velhinho! Vestia um casaco Gabardine creme. E o que ele fazia? Acelerava! Brllrlrlrlrlrllruuuuuummm.... E mais.. Balançava o carro enquanto acelerava, segurando no freio de mão. Bah, daí eu não acreditei! O véio parecia um guri brincando de acelerar e balançar o carro na sinaleira. Muito engraçado! Claro, se fosse um gurizão eu ia chamar de magal. Mas achei engraçado. Será que eu vou brincar de enfiar a mão na boca aos 76?

Eu tenho um ímã pra veado...

Olha, num breve exercício mental lembrei de alguns episódios. Pensei logo em outra coisa pra não virem mais e más recordações. Já até publiquei uma delas (22/06/04), que foi aquela em que um magrão me convida pra dividir uma cerveja e eu, ingenumente, aceito. Aí ele me convida pra sairmos do balcão e sentarmos numa mesa, que ele tinha tudo o que eu queria.. fala sério!

Noutra ocasião eu e uns colegas de serviço estávamos saindo ali do Bauru e Cia, na Demétrio e indo pegar o carro na Espírito Santo. Eua ia na frente e os guris logo atrás. No sentido contrário vinham dois senhores, já de cabelos brancos, um deles com um blusãozinho rosa bebê sobre os ombros e brincos dourados nas duas orelhas. Ao passar por mim, falou: “Ui.. meu gaaaaaalo!!!” Eu inventei de perguntar “O quê?” e aí sim.. “Te chamei de meu galo, ué!!!”. Acabou totalmente com a minha reputação entre os colegas.

Vou puxar só essas duas do arquivo, tá mais que bom.

Mas aí tô eu no Azimute, bem tranqüilo, eu e dez gurias. Pra não dizer que era só eu de homem tinha o namorado de uma das gurias. Aí fui no bar buscar uma cerveja. Me escorei no balcão e fiquei esperando o garçom me atender. Tava bem cheio, muita gente no bar. De repente senti uma assoprada quente e contínua no pescoço, muito de perto. Imaginei logo, não se tratar de uma mulher. Mas fiquei frio, nem ohei pro lado. Mas aí veio de novo.. mais demorado ainda.

Eu odeio briga, ainda mais em bar. Em lugar nenhum, pra falar a verdade. Sou tri cagão. Olho roxo e cara esfolada não são pra mim. Mas eu precisava tomar uma atitude. Tomara que eu não tivesse que brigar, mas se tivesse, azar! Vierei-me e olhei bem pra cara do marmanjo. Nem cara de veado tinha.

- Tu tá com algum problema? – já falei pensando que ia ter que enfiar a mão na cara do infeliz.
- Não, por quê? – bem cara de pau!
- Não mesmo?
- Não..
- Então tá.

Voltei-me ao balcão e pedi a cerveja. Ele não fez mais nada. Pode não ter sido a atitude de muitos, mas achei a mais sensata pra que o veado visse que eu não tinha gostado e sem causar tumulto no bar.

Contei pras gurias e elas deram risada! Uma delas até perguntou como era o figura. Quando o descrevi ela disse: “eu sabia!”. Diz ela que entrou no bar, olhou pro magrão e deduziu: é!

No dia seguinte voltamos ao Azimute. E quem encontramos? O tal! Bah.. quando as gurias me mostraram vi ainda que ele tava me olhando, talvez reconhecendo da noite anterior. Curtimos a noite tranqüilamente, sem percalços. Ele ainda conversou com uma de nossas amigas, dizendo que tinha adorado seu perfume. Ela respondeu que tinha versão masculina. O que ele disse? Que tinha gostado era daquele mesmo! Quando descemos pra ir embora faltava uma das gurias. A Sandi. Uma das nossas amigas prontamente disse que subiria novamente pra chamá-la. Voltou toda se rindo.

- O que houve?
- (ela não parava de rir)
- Fala, mulher!
- (risadas)
- Já sei, ela ficou com o veado!
- ... (balançou a cabeça positivamente, rindo muito)

Bah, quando contei o episódio do bar pras gurias, essa nossa amiga não tava. O pior, depois, foi agüentar as piadinhas das gurias de que ele só tinha ficado com a Sandi pra se aproximar de mim. Pode? Hahahahahahahaha!!!!

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