Logo abaixo do quadro estava escrito: "Este quadro não é de se apaixonar, lembre sempre disso". Fiquei intrigado com aquela legenda e a guardei. No mesmo instante ouvi um comentário.. "Eu sei!" Algum tempo depois vim a saber.. o quadro era sim, de se apaixonar. Mas era muito caro e esse era o risco.
Por vezes nos deparamos com situações assim. Não existe uma lógica no valor das coisas que nos apaixonam. E quando menos esperamos estamos pagando preços loucos pra visitar lugares, conhecer melhor as pessoas, comprando quadros.
Desde que a saúde não me falte quero viver loucamente assim, sem lógica, sem preço, sem medida e sem tamanho. Nunca sem prazer, frio na espinha, arrepio e pele. Olhar e sorriso, sempre com sorriso no olhar. Assim entendi que por mais que aquele pintor tenha colocado lá, aquela legenda, havia, no fundo outro sentido. Vã tentativa de ocultar o valor sem preço de tamanha entrega.
3 comments:
Leonardo? Van Gogh? Portinari? Picasso? Dalí? ou wallpapers da Wall Street Posters??? hahaha...
Que bela fase, hein amigo???
"Chuta que é macumba!!!" Hahahaha!
Beijos!!
Adoro teorias e de repente este teu post fez eu me lembrar da frase: A arte é a mais bela das mentiras. (Claude Debussy). Neste contexto, a frase escrita abaixo do quadro: "Este quadro não é de se apaixonar, lembre sempre disso", me faz lembrar que a paixão é algo muito caro e belo, mas uma grande mentira, assim como uma obra de arte, cujo autor a idealiza e a personifica por um desejo próprio e singular, um extremo egoísmo e vaidade pessoal, mas tem a pretensão de ser universal. No entanto, o que seria do homem sem a arte? O mesmo poderia se dizer da paixão. A paixão nos torna singulares, um tanto egoísta, porque ficamos entorpecidos, embriagados pelo desejo intenso de ter alguém ou alguma coisa, mas não deixa de ser um sentimento universal, no qual o ser humano despende suas forças, lançando se na conquista. Uma grande mentira, porque a paixão, assim como a arte se esvai em si mesma, só tem significado em si mesma. No entanto, a paixão também é indispensável. O que seria do homem sem a paixão? Não haveria nenhuma espécie de criação, com certeza. Arte e paixão são tão prosaicas quanto a natureza humana e tão dissimuladas quanto os artifícios que as adornam e as mistificam. Sim, Debussy tinha razão, mas esqueceu de falar da paixão. E, você, a cada linha consegue estimular pensamentos como esse rsrsrsrs, mesmo que complexos.... não consigo ser simples (acho que tb sou uma grande mentira rsrsrs)
bah. amei. lindo texto!
bj!
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