Houve um tempo em que combinávamos um churrasco na Garagem do pai da Karina às 11 horas da manhã de um domingo pós festa, e às 2, não parava de chegar gente. A maioria dos assuntos fluía naturalmente, pois muitos estavam na mesma festa da noite anterior, outros estavam em um aniversário não sei de quem, etc.
Nesse tempo a gente tinha o número de, pelo menos, umas três pessoas do Druída. Ligávamos pra lá avisando que estávamos chegando e queríamos ingresso mais barato. Umas duas vezes por mês éramos maioria absoluta no Druída. Era, sem dúvida, a nossa casa. Escrevo no plural porque nesse tempo não se fazia nada com menos de dez pessoas, não importava o dia da semana.
Se fosse num tempo bem mais remoto, eu diria que eu havia mudado. Mas não. O tempo mudou tudo. A pessoa é o que é. Eu sou o mesmo, meus amigos são os mesmos. Mas o tempo nos mudou. Embora as pessoas não tenham mudado, foram, de certa forma, reagrupadas. Uns se afastaram e uns se aproximaram. Eu e a Alice nos aproximamos bem, por exemplo.
Posso dizer que sinto sim, saudade daquele tempo. Mas uma saudade enquanto lembrança, não de sentir falta. Não trocaria por nada nem por nenhum outro momento da minha vida, a vida que vivemos hoje. Escrevo no plural porque a minha vida, hoje, somos nós dois. E procuro lembrar sempre de ser a pessoa por quem ela se apaixonou; e olho pra ela como a olhei enquanto se aproximava até que déssemos o primeiro, longo e maravilhoso beijo.
Por isso acredito que cada um, não importa onde esteja ou com quem esteja, ainda é o que é, quem sempre foi. Fiquei um pouco surpreso com quantidade de pessoas que apareceram no meu aniversário. Fazia horas que a gente não se reunia em grande número. E disso sim, sinto falta. Claro que vale muito mais a energia do encontro do que o número de pessoas presentes. Fico feliz por saber que preservamos o nó desse laço.
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