Thursday, September 13, 2007

Físico-terapia...

Mais de um mês depois meu tornozelo continuava dando trabalho. Maldito grupo do pé! Estava decidido a voltar a jogar. De leve. Não faria nenhum movimento arriscado, brusco. Não voaria a mais de 2 metros para cabecear uma bola no ângulo. Evitaria dar um pique para alcançar um lançamento na linha de fundo, avançar pro gol e meter uma bucha. Não faria nada disso. Ficaria ali no meio de campo. Analisaria a tática do adversário, chamaria o jogo pra mim, receberia uma bola – tudo isso no mesmo lugar – e faria um lançamento perfeito para meu atacante, livre, marcar o gol da vitória. Um Tostão, praticamente. Os jogadores correriam para me abraçar, em vez do centroavante.

Só que antes de eu pôr em prática essas que seriam memoráveis jogadas, decidi ir a um traumato e disse-lhe da minha vontade de voltar a jogar. Mas não contei das jogadas que faria. Ele olhou o tornozelo, disse que tava inchado (óbvio) e perguntou o que eu já tinha feito. Eu disse que tinha repousado e colocado a tala por duas vezes.

- Mas então tu fez a coisa certa! É o que nós teríamos feito. Vamos fazer uma ecografia pra tirar a dúvida que é só uma entorse.

Porém, o resultado da eco apontou rompimento parcial do fíbulo-talar posterior. Nunca tinha ouvido esse nome, mas aliado à imagem da eco deu bastante medo. O suficiente para eu atender ao pedido do médico e esperar mais duas semanas, fazendo fisioterapia.

Depois de ter perdido a primeira sessão por esquecimento, descobri que as atividades seriam alguns exercícios de alongamento, ultra-som e ondas curtas. Alongamento todo mundo sabe o que é, puxa o pé pra um lado, pro outro, equilibra na ponta do pé, no calcanhar, etc. Fiquei curioso mesmo foi com o ultra-som e o ondas curtas.

Pois bem, infra-som e ultra-som são definições baseadas na faixa de freqüências audíveis pelo ser humano, que é de 20Hz a 20kHz (20 mil hertz). Abaixo disso é considerado infra-som, e acima, ultra-som. Perguntei, então, à fisioterapeuta qual era a freqüência do aparelho que estava sendo usado, imaginando algo pouco maior que os 20kHz.

- 500MHz!
- Quinhentos mega?
- Isso.

Guardei meu espanto. Não adiantaria discutir o porquê de um valor tão elevado (20.000 para 500.000.000). Pra mim esse valor já seria enquadrado como Rádio-freqüência. A faixa de UHF das nossas TVs varia de 470MHz a 608MHz, e a definição da sigla UHF é Ultra High Frequency – Freqüência ultra alta. Bem distante da faixa do pobre som.

Mas tudo bem. Devia estar escrito em algum lugar. Ou alguém deve ter dito e ela repassou.

Aí ontem vieram com um tal de micro-choque. Eu, que já trabalhei com conserto de TV e vivia tomando choque, fiquei apavorado. Perguntei se era muito forte, o choque.

- Não. Tu só vai sentir um formigamento de leve.

Resolvi perguntar a tensão do choque, pra saber se era fraco, realmente.

- Qual é a tensão?

Aí o desespero...

- Bah, não sei nada de física!
- Ah tá..
- Mas são mili-ampéres!
- Ah! Legal!
- É que eu não sei nada de física mesmo.
- Tudo bem.

Ela saiu e eu fiquei ali imaginando a tensão que estaria causando aquele formigamento. Ampéres servem para medir corrente elétrica. A tensão se mede em volts. Já expliquei isso no caso da resistência do chuveiro.

Mal deve saber ela, que 1mA (um mili ampére, ou um milésimo) é a corrente suficiente para fazer parar o coração. Ainda bem que o choque é no pé! E ainda bem que eu não perguntei a freqüência do Ondas Curtas!

Só espero que este tratamento não afete as jogadas que estou ensaiando mentalmente para as próximas semanas.

3 comments:

Anonymous said...

raulzito, tu é uma figura.
fm

Anonymous said...

Hahaha. E essa é mais uma história do Fantástico Mundo de Raul. Aquele abraço meu velho.

Anonymous said...

Rodrigão, o crítico...

Não joga merda nenhuma, não entende nada de medicina ou ortopé... ortopé, tão bonitinho...dia, mas de freqüências deu um show!

Hahahaha...

Minhas fotos no