Coloquei, antes de sair de férias, algumas linhas sobre como tinha iniciado o ano. Maravilhosamente bem e tals. Porém, esse adjetivo tão precioso, que representa um estado de espírito resultante de algumas variáveis precisa superar argumentos nem sempre favoráveis.
Algumas considerações..
Quando começamos a definir o que faríamos no Carnaval certamente não imaginávamos esse desfecho, tampouco as circunstâncias. Não lembro exatamente como surgiram as opções, mas consideramos Laguna, Morro dos Conventos e acampamento no Forte Santa Teresa, no Uruguai. Chegamos a quase fechar com Laguna. Visitamos um apartamento que acomodaria bem umas oito pessoas, num preço razoável e próximo ao calçadão. Parecia ótimo, mas não conseguimos quórum pra fechar.
Como tinha um pessoal pré confirmado pro Uruguai, e pela proximidade da data, acabamos nos definindo por lá, apesar de ser acampamento. Pô, Carnaval no Uruguai, dá uma empolgação.
Logo que surgiu a idéia, fui contrário. Depois desses dias não sei mais qual minha posição sobre acampar, se gosto ou não. Já acampei bastante. Tenho barraca, colchão inflável, fogãozinho, etc. Mas pro Carnaval eu imagino passar dias com uma certa infra-estrutura, uma vez que noites a fio em festa, bebendo mais que o de costume, requerem condições de manter o corpo, ou seja: cama, banheiro e cozinha.
Passei um Carnaval acampando em Laguna. Relutei, mas como não tinham mais opções de casas, não teve outra escolha. Foi foda! Caminhávamos lá dos molhes até o calçadão com duas bolsas térmicas lotadas de cerveja e gelo. Virávamos a noite e voltávamos pra dormir. A barraca era um verdadeiro forno às dez, onze da manhã. Impraticável. Fila pro banheiro, fila pro banho. Ter que carregar papel higiênico. Torcer pro banheiro não estar tão sujo, essas coisas normais de um camping. Eu estava solteiro e só o que me interessava era a festa. Assim me submeti àqueles dias naquelas condições.
Agora os tempos são outros. Quero desfrutar dos prazeres da vida ao lado da Alice proporcionando o melhor para nós. Quero fazer como sempre: viver o nosso amor intensamente, onde quer que seja. Como gostamos de viajar e conhecer lugares e suas belezas, achamos que essa opção do Uruguai seria boa, que o camping, apesar de camping, ofereceria uma infra-estrutura junto com alguns amigos. Achamos..
Saímos de Porto Alegre às 11 horas da manhã de sexta. Eu, a Alice e o HG. Como éramos o primeiro grupo, poderíamos pegar um lugar legal – um lote – próximo ao banheiro e ao mercado, não longe da praia. Imediatamente minha fértil imaginação criou um lugar mágico, entre árvores repletas de pássaros coloridos, grama de campo de golfe e um mar calmo e muito limpo.
Paramos para almoçar em São Lourenço e para fazer compras no Chuí. Chegamos no Forte no final da tarde, acho que era por volta das 18 horas. Primeira notícia ruim: não havia mais lotes com água e luz. Pagamos a entrada e fomos procurar algum lugar. Realmente todos os cantos estavam tomados. A ficha não caía. Quatro dias sem água e sem luz. Antes que escurecesse, vimos que não teríamos escolha. Achamos um lote próximo ao mercado e montamos acampamento. Era a primeira noite. Ânimos em alta. Cerveja e champagne para brindar.
O primeiro banho, como foi depois das dez da noite, hora que se apagam as caldeiras, foi frio. Vi que os sanitários eram um buraco no chão. Me arrependi de ter chamado o Jurânio de fresco.. Banho tomado e brinde feito, dormimos. Sábado foi o dia de uma última tentativa de um lote com água e luz e de esperar o restante do pessoal. Ao longo do dia eles chegaram, e os dias passaram assim, com essas dificuldades sanitárias.
Escrevo isso porque antes de irmos pra lá, só li a parte boa do Forte Santa Teresa. Faço então o registro do outro lado.
Banheiros
Em La Moza, onde ficamos, são 3. Dois deles com o “buraco” no chão e um com vaso, mas sem a tábua. Água quente (morna) das 6h às 22h. Quando tinha muita fila a água era fria mesmo nesse horário. Esses três banheiros não suprem a necessidade das – sei lá – 5 mil pessoas que estavam acampadas. Com essa demanda é previsível que os banheiros estejam sempre sujos. Eram periodicamente limpos, mas não durava nada. Não tem lugar pra se trocar, nem um banco pra deixar as coisas, tudo tem de ser feito no box, aberto. A localização dos banheiros também não ajuda. Nenhum deles é central. Cada um fica num canto mais longe de qualquer lote.
Água e luz.
Metade com, metade sem. Não entendo o que impede de estenderem um cabo e disponibilizarem luz para todos os lotes. O mesmo serve para a água. Para lavar talheres, copos, escovar os dentes, só dando a pernada até os banheiros.
A praia
A praia é bonita. Não chega a ser uma Garopaba, Floripa ou Bombinhas. Nem de perto. Mas a vista do local, como um todo, é bonita. A água é gelada e as ondas são fortes. Do camping, pelo menos do lugar onde ficamos, é muito longe. Porque depois dos lotes para acampamento tem as cabanas e os seus imensos terrenos. Depois mais um estacionamento, uma rampa e um trapiche. Longe mesmo!
Bar
Um único bar na beira da praia vendia a cerveja de litro a 10 reais!!!!!! No mercado do camping custava 3,80.
A chuva não foi culpa do camping. Que bom que só foi por um dia.
Ainda assim, minhas férias foram maravilhosamente boas. Fizemos café no acampamento, assei um churrasco de picanha e constrímos uma área de convivência com uma das lonas. Vimos Pica-Paus. Bebemos algumas Pilsen e Patrícia de litro, champagne e caipirinha. Curtimos mais bons momentos com nossos amigos. Hasteei a Bandeira do Inter e ri muito das tentativas fracassadas da bandeira do Gremio (depois eles conseguiram), usei meu Ray Ban novo, fizemos compras, esperei meu amor no banho com o carro quentinho e nos amamos muito.
Depois ainda teve Punta!
3 comments:
Muito a fudê !!!! Devem ter se divertido muito. Aquele abraço. Edu.
eu acampei duas vezes: uma pra eu descobrir que não gostava, outra para confirmar.
:o)
Eu estava acampado no Forte também e concordo com a tua descrição de tudo.Devíamos fazer um encontro/bar pra contar as peripécias daquele camping que, segundo me disseram,comporta 15 mil pessoas.
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