Assisti, agora há pouco, a um trecho do discurso do vice-governador Paulo Feijó sobre a segurança no trânsito embasado no acidente em que perdeu a filha Alessandra, de 18 anos. Ele e a esposa Lisette participaram do Painel para discussão do tema promovido pela RBS.
Não tenho como imaginar a dor ou o vazio desses pais e de tantas pessoas que perdem familiares e amigos em acidentes. Gostei das palavras de Paulo. Um discurso sóbrio de um homem que não quis ser emocionante. Esclareceu que a filha não estava alcoolizada ou drogada, tampouco dirigia em alta velocidade. Atribuiu a fatalidade à falta de experiência: Alessandra tinha carteira de habilitação havia 6 meses.
Paulo ressaltou que os acidentes de trânsito passam por três pilares: as vias, os automóveis e o homem. Os automóveis possuem dispositivos de segurança cada vez mais avançados, porém as vias não são adequadas e o homem nem sempre está preparado para a máquina que tem nas mãos. Pediu desculpas, como homem público, aos motoristas pelo estado das ruas e estradas e alfinetou os homens do planejamento urbano na questão de árvores e postes nas proximidares das vias. Contestou o plantio das palmeiras ao longo de toda a extensão da Terceira Perimetral.
Concordo que a dor dos pais remete para que se encontre um motivo. Mas não posso concordar que esteja errado o ornamento das vias com árvores de grande porte. Vivemos numa região metropolitana constantemente em obras. O fruto do desenvolvimento é sempre o concreto, nunca a saúde. Até para melhorar o escoamento são sacrificadas árvores centenárias e se alguém tenta evitar é criada uma polêmica novela. A Terceira Perimetral e tantas outras vias precisam, sim, de árvoras para amenizar o impacto de tanto concreto no meio-ambiente. Que sejam colocadas proteções e torno de árvores e postes, como na Ipiranga, mas que nunca se cogite não haver árvores. Daqui a pouco estaremos colocando pilhas de pneus nas curvas das avenidas, como na Fórmula 1, para amortecer o choque.
Isso tudo porque a educação no trânsito parece algo intocável.
2 comments:
Fechaste com chave de ouro, o texto. Educação - em quase todos os aspectos -, apesar de ser primordial, é a última coisa que pensam em mudar no Brasil. Fazem de conta que está tudo bem com ela.
Mas assim, Porto Alegre tem muita árvore. É uma coisa extremamente agradável, sem dúvida, porém, concordo em parte com nosso vice. Algumas delas tapam sinaleiras, camuflam placas. Isso não pode.
Deveria haver um planejamento melhor para seu plantio. A tal da educação...
abraço Raul. Vamos retomar os clássios de sábado!
Na minha opinião, a falta de Planejamento é a principal causa. E em segundo, a indisciplina.
Não me esqueço de uma imagem que vi na TV, sobre a inauguração de uma auto-pista nos EUA, lá pela década de 50. Na imagem apareciam no mínimo umas 5 pistas.
Não sei os índices de acidentes lá nos EUA. Mas eu não conheço nenhuma estrada no Brasil com mais de 4 pistas.
Ah! Estamos em 2008.
Quanto a indisciplina... nem preciso falar!
Abraz
Délcon
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