Tuesday, September 23, 2008

Eu era uma criança infeliz...

Não sempre, é claro. Minha família sempre foi bastante unida, ao menos em termos de espaço. E a proximidade da família, com todas as suas diferenças, é boa para a criança. Só que a diferença de idade dos meus pais é muito grande: dezesseis anos. E embora minha mãe ter ganho meu irmão logo aos dezoito, eu só vim quando ela tinha 33, uma idade até razoável, e meu pai, 49.

Quando comecei a me dar conta das coisas do mundo minhas duas irmãs e meu irmão mais velho já eram gente grande pra mim, então não tive alguém com quem pudesse ter uma cumplicidade dentro da família. Meus amigos eram os confidentes, mas com esses existe uma barreira natural. Aos amigos, antes de sê-los, tende-se a mostrar a parte bonita.

Minha irmã mais nova, a última dos cinco, veio quando eu tinha 4. E ela, com quem eu poderia ter estabelecido essa relação mais próxima, foi muito mais uma inimiga do que amiga. Vivemos uma infância de gato e rato, brigando por todos os motivos possíveis.

Digo que era infeliz porque não tive essa cumplicidade, porque via meus pais como senhores rígidos e mais velhos, com regras para comer, para dormir depois de comer, para não sair de casa. Eu era uma criança viva e ativa, não queria dormir durante o dia, queria descobrir o mundo.

Hoje posso passar um domingo de sol inteirinho na cama com a minha mulher. Mas essa é a minha ambição, de estarmos juntos, de fazermos amor, de preparar algo para comermos, de beber juntos. Meu descobrir o mundo hoje é preencher nosso álbum de vida com momentos maravilhosos, a sós ou com nossos amigos; em casa ou na rua. Mas são planos em que a gente geralmente conhece o destino, e define apenas como fazê-los.

Quando criança tudo seria novo, mas o tempo passava enquanto minha infância se desenvolvia dentro dos limites da casa. Agradeço, claro, pelos passeios que fizemos à praia, ao Jardim Zoológico, mas foram poucos. Nunca fomos a um restautrante, por exemplo. Só fui “comer fora” quando comecei a trabalhar.

Por isso digo, hoje, que fui uma criança infeliz. Por que vejo que de certa forma passei alguns anos preso em casa. Ainda bem que eu morei em casa!

Tuesday, September 16, 2008

Pendente...

Nesses últimos dias surgiu uma discussão a respeito da maneira como (não) encaro o que a vida me reserva. A maior parte das situações ocorrem no trabalho. Pelo menos é onde mais se observa, mas o destino se encarrega de mesclar no cotidiano alguns conflitos particulares.

O procedimento é simples: se o conflito tem algum risco de ser desgastante, fujo. Protelo, adio, faço que esqueço, e às vezes esqueço mesmo. Das coisas que preciso fazer escolho aquelas que podem ser executadas sem ter de pedir ajuda, o que está mais ao alcance, etc. Pode parecer comodismo, de querer fazer o mais fácil. Porém não é somente isso. Se preciso fazer algo de interesse próprio, ou que seja pedido urgência, empenho ao máximo as habilidades necesssárias fara fazê-lo. Mas são poucas as vezes em que isso ocorre.

O resultado é proatividade zero e uma lista de pendências que se fosse enumerá-las e cogitar resolvê-las me levaria ao colapso.

O primeiro passo foi dado: reconhecer o problema. Agora estou tentando atacar os prazos. Os atrasos têm me arruinado. Perdi de inscrever a minha reportagem sobre a Cabana do Turquinho no Set Universitário da Puc.

Voltaremos!

Tuesday, September 09, 2008

Canta loupe...

Não entendo por que as pessoas não compram o canta loupe. Ou cantaloupe, talvez. Assim como as demais frutas, o melão tem suas variedades, umas mais conhecidas, outras menos: o o paulista, o gaúcho, o espanhol, o net, o orange, o pele-de-sapo, e o canta loupe, o melhor dos melões! Deve haver outras. Não importa.

Tive a sorte de conhecer o canta loupe graças à revolução da apresentação das frutas ao consumidor. Devemos reconhecer, nesse caso, a importância da Virgínia, pioneira na luta das frutas por uma melhor aparência. Ela defende que o aspecto e a não praticidade com que as frutas são oferecidas pela natureza nos levam a escolher, em geral, as guloseimas. O chocolate, por exemplo, além de agradável aos olhos, é dividido em quadradinhos que facilitam o consumo.

Um dia o Seu Zaffari deve ter lido o extinto blog da Vi. Leu o texto das frutas e inseriu nas inúmeras ofertas do seu supermercado, a bandejinha de frutas em pedaços. É uma maravilha! É verdade que quem instituiu o consumo das frutas na bandejinha lá em casa foi a Alice. As frutas vem em uns quatro ou cinco grupos de 3 pedaços. Três cubos de abacaxi, três de manga, kiwi, morango, melão, etc. Pra quem quer só um tipo de fruta tem as bandejas de abacaxi, de mamão, de manga e... as de melão.

Na primeira vez escolhi, além da aparência, pelo nome. Achei bonitinho o canta loupe. O resultado não poderia ter sido melhor. Doçura, aroma e consistência inigualáveis. Não chega a ser de desmanchar na boca. Mas quase.

Não fosse pela apresentação inovadora, jamais conheceria o canta loupe. Ele é assim por fora.

Porém, por dentro, revela-se apetitoso, suculento, delicioso!

Então eu não entendo quando vejo as pessoas comprando aqueles melões amarelos que são verde desbotado dentro.

Minhas fotos no