Eu achava que gastávamos todas as energias quando procurávamos uma nova casa. Como eu me enganei. Aquela energia se dissipava, pois a gente procurava, percorria ruas, códigos de imobiliárias, corretores de todos os tipos e muitas páginas de jornal. Todas essas informações eram abstratas. Essas pessoas, por piores que fossem, deixavam de existir após um encontro ou telefonema. Nenhuma daquelas era nossa casa mesmo.
Agora a energia é realmente concreta, e dá prazer em gastá-la pendurando um quadro, montando uma adega, prendendo uma cortina, etc. O problema é quando as pessoas com as quais interagimos, agora, deixam sua marca. E não há quem se salve: a faxineira, o pintor, o pedreiro, o cara da pedra, o cara do piso, o cara do gesso. E essa energia, quando envolve essas pessoas, não é nada boa!
Friday, August 27, 2010
Friday, August 06, 2010
Pousada do Vô Arthur
No final de semana passado tivemos o aniversário da Karina na Pousada do Vô Arthur, na Barra do Ribeiro. Como o tempo estava feio, não tivemos a oportunidade de conhecer todos os atributos da pousada, e acabamos passando apenas a noite de sexta para sábado.
Mesmo assim, aproveitamos uma noite à volta de uma enorme lareira suspensa, com churrasco, vinho, bolo e parabéns.
Estávamos relativamente retirados. Então, os mantimentos não podiam faltar. Assim, com carne, carvão, bebidas e lenha à disposição, e disposição, assim que terminava um churrasco começava outro. Tanto que amanheceu um espeto montado e semi-assado sobre o fogão. Um espeto bonito, com medalhões que pareciam ser de maminha. Intocados!
E logo depois do café da manhã, veio a história daquele espeto. E de como chegara intacto ali. O complexo era formado por uma casa grande, com seis quartos e um pé direito de uns 3m; uma área de convivência, onde era servido o café da pousada e outras casinhas menores, de dois quartos cada. Nessa área de convivência era onde tinha a lareira suspensa e a churrasqueira. Nosso pessoal estava, em sua maioria nessa casa grande. A certa hora da madrugada recebemos algumas reclamações pelo barulho e tivemos que sair da área comum. Fomos para a sala da nossa casa, que também tinha uma lareira. Mas como as outras casas ficavam próximas, o barulho também incomodaria.
A Karina tentou então nos levar para uma outra área comum à beira do rio. Lá não incomodaríamos ninguém. Mas estava frio e chovendo. Eu e a Alice permanecemos na casa, outros foram formir e uns outros amanheceram nesse outro galpão.
Foi lá que resolveram montar aquele últimmo espeto, o dos medalhões. Enquanto um espetava a carne, surgiu um desafio para uma “lutinha” na grama (embarrada). Vou tratar a dupla por Desafiante e Desafiada. A Desafiada logo avisou: “nem tenta porque eu vou te derrubar.” Ela já tinha bebido bastante, mas tinha noção dos seus conhecimentos marciais. Ele tinha bebido mais, e não tinha noção alguma.A lutinha não chegou a sequer, começar. Terminou no primeiro golpe, e um corpo estendido no chão. Na grama molhada.
Assim que amanheceu eles se recolheram. O espeto dos medalhões ainda não tinha assado, e o Desafiante resolveu que o levaria para a casa. Deitaram o espeto inteiro sobre uma bandeja grande. Ele a segurou com uma mão de cada lado, equilibrou-se e caminhou calmamente até a casa. Entrou meio cambaleante e se deparou com pessoas que lhe pareciam estranhas. A bandeja balançava enquanto a cabeça girava procurando por um conhecido.
O Desafiante tinha entrado no salão do café achando que era a cozinha da nossa casa, e por sorte, antes de perguntar o que aquelas pessoas faziam ali, foi advertido por um funcionário da pousada que o conduziu até a verdadeira casa. As pessoas eram os demais hóspedes da pousada, possivelmente os mesmos que durante a noite reclamaram três vezes à administração do nosso barulho.
Mesmo assim, aproveitamos uma noite à volta de uma enorme lareira suspensa, com churrasco, vinho, bolo e parabéns.
Estávamos relativamente retirados. Então, os mantimentos não podiam faltar. Assim, com carne, carvão, bebidas e lenha à disposição, e disposição, assim que terminava um churrasco começava outro. Tanto que amanheceu um espeto montado e semi-assado sobre o fogão. Um espeto bonito, com medalhões que pareciam ser de maminha. Intocados!
E logo depois do café da manhã, veio a história daquele espeto. E de como chegara intacto ali. O complexo era formado por uma casa grande, com seis quartos e um pé direito de uns 3m; uma área de convivência, onde era servido o café da pousada e outras casinhas menores, de dois quartos cada. Nessa área de convivência era onde tinha a lareira suspensa e a churrasqueira. Nosso pessoal estava, em sua maioria nessa casa grande. A certa hora da madrugada recebemos algumas reclamações pelo barulho e tivemos que sair da área comum. Fomos para a sala da nossa casa, que também tinha uma lareira. Mas como as outras casas ficavam próximas, o barulho também incomodaria.
A Karina tentou então nos levar para uma outra área comum à beira do rio. Lá não incomodaríamos ninguém. Mas estava frio e chovendo. Eu e a Alice permanecemos na casa, outros foram formir e uns outros amanheceram nesse outro galpão.
Foi lá que resolveram montar aquele últimmo espeto, o dos medalhões. Enquanto um espetava a carne, surgiu um desafio para uma “lutinha” na grama (embarrada). Vou tratar a dupla por Desafiante e Desafiada. A Desafiada logo avisou: “nem tenta porque eu vou te derrubar.” Ela já tinha bebido bastante, mas tinha noção dos seus conhecimentos marciais. Ele tinha bebido mais, e não tinha noção alguma.A lutinha não chegou a sequer, começar. Terminou no primeiro golpe, e um corpo estendido no chão. Na grama molhada.
Assim que amanheceu eles se recolheram. O espeto dos medalhões ainda não tinha assado, e o Desafiante resolveu que o levaria para a casa. Deitaram o espeto inteiro sobre uma bandeja grande. Ele a segurou com uma mão de cada lado, equilibrou-se e caminhou calmamente até a casa. Entrou meio cambaleante e se deparou com pessoas que lhe pareciam estranhas. A bandeja balançava enquanto a cabeça girava procurando por um conhecido.
O Desafiante tinha entrado no salão do café achando que era a cozinha da nossa casa, e por sorte, antes de perguntar o que aquelas pessoas faziam ali, foi advertido por um funcionário da pousada que o conduziu até a verdadeira casa. As pessoas eram os demais hóspedes da pousada, possivelmente os mesmos que durante a noite reclamaram três vezes à administração do nosso barulho.
Wednesday, August 04, 2010
Sonhos..
Gosto de pensar nos sonhos como algo que se pode realizar. Já tive, em outros tempos, desejos mais ambiciosos do que os astros poderiam conspirar, e os alimentei a ponto de quase viver uma outra realidade; me alienava das limitações e deixava de aproveitar o momento da forma como era oferecido.
Depois que eu e a Alice casamos passei a valorizar as coisas de forma aparentemente mais sensata, me divertir de forma mais econômica e a ter sonhos mais palpáveis. O mais engraçado é que esses novos sonhos, ao menos financeiramente, seriam muito mais difíceis de se concretizar do que os que tivera.
Assim vieram as viagens, realmente maravilhosas, inspirando outras futuras e alimentando mais e mais sonhos desses concretos. (Eu sonhava em marcar um gol pelo Inter numa final de campeonato.. sonhava que o Fernando Carvalho e o Tite - na época, técnico - iam até a minha casa para me contratar às vésperas de um jogo decisivo.. essas coisas)
Junto com as viagens, sonhávamos com uma casa nova. E esse desejo, por mais concreto que paracesse, foi o mais difícil de realizar. Foram mais de dois anos procurando, investigando, especulando, visitando... Fizemos propostas, economizamos, chegamos a projetar modificações, decorações, caminhos para ir ao trabalho... E vimos, um após outro, declinando no conceito daquele que seria nosso novo lar. O ninho, como chamamos, onde vamos agora, ajeitando cada galhinho no seu lugar.
É difícil descrever a sensação de felicidade, e nem sei se quero. Talvez o momento agora seja de apenas sentir, e rir por este motivo.
Depois que eu e a Alice casamos passei a valorizar as coisas de forma aparentemente mais sensata, me divertir de forma mais econômica e a ter sonhos mais palpáveis. O mais engraçado é que esses novos sonhos, ao menos financeiramente, seriam muito mais difíceis de se concretizar do que os que tivera.
Assim vieram as viagens, realmente maravilhosas, inspirando outras futuras e alimentando mais e mais sonhos desses concretos. (Eu sonhava em marcar um gol pelo Inter numa final de campeonato.. sonhava que o Fernando Carvalho e o Tite - na época, técnico - iam até a minha casa para me contratar às vésperas de um jogo decisivo.. essas coisas)
Junto com as viagens, sonhávamos com uma casa nova. E esse desejo, por mais concreto que paracesse, foi o mais difícil de realizar. Foram mais de dois anos procurando, investigando, especulando, visitando... Fizemos propostas, economizamos, chegamos a projetar modificações, decorações, caminhos para ir ao trabalho... E vimos, um após outro, declinando no conceito daquele que seria nosso novo lar. O ninho, como chamamos, onde vamos agora, ajeitando cada galhinho no seu lugar.
É difícil descrever a sensação de felicidade, e nem sei se quero. Talvez o momento agora seja de apenas sentir, e rir por este motivo.
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