Antes de saírmos de férias tinha lido que Jurerê Internacional havia perdido a Blue Flag. O Blue Flag Programme, de uma fundação dinamarquesa, é um programa de educação e certificação ambiental que trabalha em conjunto com diversas organizações nacionais e internacionais, visando a melhoria do ambiente marinho, costeiro, fluvial e lacustre.
Iniciamos nossa viagem em Jurerê, ao lado de Jurerê Internacional, cuja denominação sempre me passou uma ideia de esnobismo. Acho que um local pode se desenvolver visando um público elitizado, mas naturalmente. Quando precisa de uma denominação, esse processo me parece forçado.
De qualquer forma, conhecemos as duas praias, e Jurerê me pareceu muito agradável. Uma praia simpática, de poucas ondas em forma de baía com vários iates e lanchas compondo a paisagem. A água não estava muito cristalina nos últimos dias de fevereiro, talvez pelo tempo que era predominantemente nublado. Sobre a limpeza, posso dizer que duas sacolas plásticas dentro da água se destoavam em meio à areia limpa. Aquela sujeira que nos faz sentir obrigados a levar ao lixo, mesmo não sendo nosso.
O que me impressionou mesmo, falando em lixo, foi em Bombinhas. Temos ido quase todos os anos pra lá. É um lugar fantástico, com muitas praias, das quais aproveitamos muito pouco. Este ano ficamos apenas em Bombinhas e na Sepultura. E nas duas praias tivemos o desprazer de assistir o lixo sendo produzido e largado, na areia ou na água. Muito triste mesmo.
Em Bombinhas, já no Carnaval, período em que a orla se transformou de deserta a quase impraticável, estávamos ao lado de um grupo de farofeiros porcos mineiros. Eu já fui muito à praia em grupos, muitas vezes grandes, e apesar de toda a bagunça, não me lembro de ninguém deixar lixo na praia. Esse animado grupo era só um animado grupo, consumiam todo tipo de petiscos, bebiam cervejas e caipirinhas e salgadinhos, etc. Tudo ia ficando pelo chão: latas, copos descartáveis, pratos descartáveis, limão e muitos guardanapos. Quando eu fui buscar uma cerveja no quiosque eles não estavam mais ali. Imaginei que não poderiam ter ido embora, pois tudo o que estava na areia continuava lá. Juro que não acreditei, e não vou ser masoquista de lembrar tudo o que pensei na hora. Juntei uns guardanapos que voaram pra dentro da água. Voltei ao quioque, perguntei se eram eles que tinham atendido ao grupo de porcos e, com a confirmação, expliquei a situação. A única coisa boa em tudo isso foi que o cara foi lá na hora com um saco de lixo e juntou tudo.
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