Passado o trauma do evento em Pelotas e recarregado o ânimo, não vejo outra saída para retardar a insanidade do que criar um universo à parte deste. Tenho ouvido e lido menos notícias e mais músicas, o que ajuda um pouco. Mas não é possível ficarmos alheios ao que nos cerca, como a queda dos ministros, o desvio do dinheiro público, o tráfico e os assaltos e até as discussões de condomínio.
Às vezes tenho que me balizar para não ficar comentando só sobre tragédias do cotidiano. Se a janela para a rua não mostra o belo, apreciemos o intramuros. Então valorizo, ainda que inserido nesse caos, o pequeno ambiente familiar, a Alice e a Flora, os nossos momentos juntos, mesmo que não fazendo nada, atirados na cama, o simples fato de alimentar o bichinho e tentar entender seus sinais. Esses momentos pinçados de entretenimento e descanso tem tamanha fonte de energia que me animam a buscar mais atividades que reforcem esse lado de apreciar com prazer e não com tristeza ou pesar. Porque até assistir às pessoas servindo-se no almoço me assusta.
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